Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Irregularidades Climáticas e Temperaturas Extremas

30 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: a influência da ação humana, combinação de tendências de longo prazo, falta de sensibilidade das autoridades, recordes de alta temperatura no Brasil, recordes de baixas temperaturas nos Estados Unidos, vórtice polar

Neste início de 2014, o mundo está sendo informado sobre a ocorrência de problemas climáticos extremos, como os efeitos do chamado vórtice polares sobre os Estados Unidos onde, desde o Canadá, passando pela região de Chicago, chega-se à região de Nova Iorque com temperaturas extremamente baixas, raramente observadas. As nevascas chegam a paralisar amplas regiões, cancelando milhares de voo aéreos, impedindo o uso de rodovias e ferrovias, cancelando aulas, impedindo que a população exerça suas atividades normais. Estes problemas já ocorreram três vezes somente no mês de janeiro, prevendo-se que continuarão se repetindo ainda neste ano. Estima-se grosseiramente que causam prejuízos aproximados em US$ 5 bilhões no mínimo em cada uma destas ondas, causando mortes e problemas de abastecimento de combustíveis.

De outro lado, em regiões tropicais e temperadas como o Brasil, as ondas de elevadas temperaturas estão se repetindo, provocando chuvas torrenciais com inundações que causam tanto prejuízos em vidas como materiais. Todos ficam chocados com as imagens que são transmitidas pela imprensa, notadamente pela televisão e outros meios eletrônicos de elevada velocidade. No entanto, os eventos como os promovidos pelas Nações Unidas tentando organizar ações sobre as mudanças climáticas, como a que ocorreu na Polônia em 2013, devendo promover uma escalada até o Climate Summit 2014 em setembro próximo em Nova Iorque, para culminar no UNFCCC Climate Change Conference in 2015 não parecem capazes de aglutinar as decisões conjuntas dos países membros para estabelecer metas, como no lançamento dos poluentes do tipo CO2.

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Nevascas nos Estados Unidos e inundações no Brasil: clima ameaçado

Todos parecem admitir que, além das tendências globais de longo prazo, as ações humanas estão agravando os problemas de aquecimento global, que elevam as temperaturas das águas das correntes marítimas, provocando degelos e causando maior número de fenômenos climáticos extremos, como as grandes furações, as monstruosas inundações, fortes nevascas etc. Mas, com as autoridades dos diversos países, com destaque aos mais poluentes como os Estados Unidos e a China, não pretendem aceitar metas para as poluições que provocam, preferindo seus objetivos de crescimento econômico, com suas próprias formas de conviverem com os seus problemas.

Além das interrupções provocadas pelas nevascas nos Estados Unidos, a China enfrenta em diversas regiões períodos em que a população não tem condições de suportar a poluição, fazendo com que recursos humanos treinados evitem morar em determinadas áreas. Parece que estão se submetendo a suicídios coletivos, onde os mais humildes são mais fortemente sacrificados, notadamente na sua saúde.

As populações ribeirinhas, as que moram em regiões mais baixas que são mais suscetíveis de inundações, ou que habitam encostas acabam sendo mais numerosos com suas vítimas. O máximo que se observa são solidariedades para minimizarem, de formas desorganizadas, os socorros, sempre tardios e ineficientes. As promessas de novas habitações e projetos de saneamento dos rios ficam para as calendas.

A humanidade precisa revoltar-se com estes descasos. Não bastam mais os discursos bem elaborados como o de Barack Obama sobre o Estado da União que se vangloria que a independência energética está sendo alcançada pelos Estados Unidos, e que fontes mais poluentes como o uso do carvão mineral estão sendo substituídas, se os derivados da exploração do xisto continuam poluentes.

A China começa a enfrentar problemas agudos, necessitando de grandes reformas para continuar o seu desenvolvimento, o que também ocorre no resto do mundo. Tudo que se tem feito parece não ser suficiente, exigindo decisões mais firmes, mostrando as visões de estadistas, que estão rareando.

Nada vai se conseguir como se fosse milagre. A consciência de cada um de nós, as nossas modestas contribuições como provocando reciclagens, evitando desperdícios de água e de energia, uso exagerado de combustíveis poluentes devem pressionar no sentido das decisões dos dirigentes.

As nossas vidas e dos nossos descendentes estão em risco eminente. Os problemas só serão resolvidos pelas somas das nossas ações concretas. Tudo não depende dos outros, mas de nós mesmos. Vamos arregaçar as mangas e ajudar a resolver os problemas, começando pela conscientização dos mesmos.