Mudanças Lentas Que Ocorrem na Ásia
27 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo no Nikkei Asian Review, elevação dos salários na China, Japão está importado mais roupas do Asean
Um artigo publicado no Nikkei Asian Review informa que em 2013 os japoneses importaram da China 75,6% dos valores dos vestuários, com uma queda de 2,6% com relação ao ano anterior, segundo os dados divulgados pelo Ministério de Finanças do Japão. Ao mesmo tempo, os importados dos países membros do Asean – Associação das Nações do Sudeste Asiático aumentaram 2,2% chegando a 14,7%, atribuindo-se estas mudanças à elevação dos custos trabalhistas na China, que está levando muitas empresas japonesas a transferirem as suas produções para as áreas que oferecem trabalho mais barato. As importações totais estão estimadas em US$ 30,5 bilhões, que não é uma cifra desprezível, e esta tendência de transferência dos países fornecedores deve se acentuar nos próximos anos.
Entre os países que já se tornaram fornecedores importantes, além da China, figuram o Vietnã que conseguiu um aumento de 37%, Bangaladesh com 42% e Mianmar com 43,9%, é verdade com uma base de comparação baixa, mas estes percentuais são expressivos. O conjunto dos países do Asean conseguiu um crescimento de 42%, superando 462 bilhões de yen, ou seja, cerca de US$ 5 bilhões. As empresas japonesas como a Aoyama Trading estão gerenciando para importar 140 mil ternos, no seu primeiro ano de operação na Indonésia na próxima primavera local.
Outra empresa de confecções masculinas, chamada Taka – Q, planeja aumentar para 50% o fornecimento do Sudeste Asiático em 2015, quando atualmente já conta com 30%. Seus planos beneficiam o Camboja, mas também atua no Vietnã e em Mianmar.
A empresa Honeys que opera lojas com roupas casuais, sendo do grupo Fast Retailing, que possui a importante marca Uniqlo, pretende construir a sua segunda fábrica no Mianmar, reduzindo a sua produção na China para menos de 70% do seu total de importação.
Os especialistas entendem que estas tendências devem se acentuar com o aumento dos impostos sobre as vendas no Japão, que está previsto para abril próximo, passando numa primeira etapa dos 5% atuais para 8%, havendo ainda uma previsão para chegar a 10% para evitar a elevação dos débitos públicos daquele país.
Não se atribuem estas mudanças às fricções que estão ocorrendo entre o Japão e a China, nas disputas de ilhas, mas a elevação dos custos de recursos humanos entre os chineses.