Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Estudos Científicos Sobre a Cafeína

18 de março de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde | Tags: artigo publicado pela Bloomberg, assunto sempre controvertido, os efeitos da cafeína sobre Parkison e Demência

Um dos produtos que nas últimas décadas vêm provocando uma intensa discussão é a cafeína, que acaba envolvendo inevitavelmente o café, ainda que cerca de 60 outras plantas contenha a cafeína de forma natural. Um artigo publicado por Kristen Hallam na Bloomberg informa que pesquisas estão sendo efetuadas por cientistas de diversos países, visando o tratamento de Parkinson e Alzheimer. Brincava-se no Japão que havia um instituto que oferecia pareceres técnicos ao gosto do freguês, metade a favor e outra metade contra o café. O que está se descobrindo é que a cafeína faz mais do que manter as pessoas acordadas. Ela tem sido associada à melhoria na memória e parece proteger contra a destruição de células do cérebro. A um estudo é atribuído que as pessoas que bebiam duas ou mais xícaras de café por dia tiveram um risco 40 por cento menores de desenvolver Parkinson.

Uma empresa farmacêutica japonesa, a Kyowa Hakko Kirin, recebeu a aprovação japonesa no ano passado por um produto e começou a efetuar os testes norte-americanos. O desafio é conseguir um produto mais potente para o cérebro, sem efeitos colaterais, como dores de cabeça, irritabilidade e nervosismo. Um professor de neurologia e farmacologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Boston, Jiang Fan Chen, afirmou que seria um benefício real potencial que deve ser examinado a séio. A cafeína interage com a adenosina, um produto que atua como um sistema de travagem sobre o cérebro. Ao bloquear os sites e frustrar adenosina, a cafeína cria um choque de claridade que fez do café uma das bebidas mais populares do mundo.

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Professor Jiang Fan Chen, (ao centro)

A farmacêutica norte-americana Merk & Co. encerrou um tipo de tratamento de Parkinson após os testes sugerirem que ele não funciona, o que levou a adiar o projeto de Kyowa de lançamento nos Estados Unidos. O pesquisador Bertil Fredholm, um sueco que estudou o efeito da cafeína por 40 anos, afirma que há necessidade de uma droga mais poderosa, sem efeitos colaterais. Ele trabalha no Instituto Karolinska, em Estocolmo. Um estudo em ratos comprovou que o consumo crônico da cafeína impediu a perda de células nervosas.

A Kyowa está focada no desenvolvimento da Nouriast, e está fazendo testes em estágio final que começou em novembro último, com 600 pacientes nos Estados Unidos e em outros sete países, que deverão estar concluídos no início de 2016. Outras empresas como a UCB AS, da Bélgica, e Biotie Terapias Oyi, da Finlândia, também estão fazendo testes humanos no primeiro semestre do próximo ano.

Um estudo publicado na revista Nature Neurociência constatou que uma dose de pelo menos 200 miligramas de cafeína, o equivalente a duas xícaras de café, aumenta a capacidade das pessoas converterem lembranças de curto prazo para os de longo prazo.

Também se recomenda que as pessoas bebam chá ou café, ou comam alimentos como o chocolate, ainda que de forma preventiva, evitando-se o açúcar. As respostas das pessoas sobre estes produtos são diferentes, havendo efeitos colaterais como aceleração das palpitações, ansiedade, depressão, dificuldades de sono, náuseas e tremores. Há necessidade de se ouvir o corpo.

De qualquer forma, parece que o assunto é promissor para algumas doenças que não apresentavam as melhores perspectivas de cura.