Mudanças no Comando Empresarial dos Grupos Japoneses
6 de março de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: casos como da Hitachi, Komatsu, notícia do Nikkei Asian Review, novos comandantes com experiências internacionais, Shiseido, Takeda | 4 Comentários »
Havia uma forte tradição empresarial japonesa pela qual os comandantes dos grandes grupos eram escolhidos entre os formados nas grandes universidades japonesas, com destaque para a Universidade de Tóquio, mas também de outras, inclusive privadas como Keio, Waseda, Hitotsubashi e outras consideradas de primeiro nível. Os relacionamentos com seus antigos colegas, que estivessem em atividades governamentais, políticas e empresariais eram considerados importantes, ajudando a formar o conceito de Japan Inc. No entanto, estes executivos eram criticados como pouco afeitos aos contatos com o exterior e mais recentemente estão se processando mudanças, com a escolha de empresários estrangeiros consagrados em suas atividades no exterior, diante da globalização que vem se acelerando.
Uma nova geração de empresários de origem japonesa, mas com larga experiência internacional, vem assumindo importância, como destacado num artigo publicado por Kunio Saijo no Nikkei Asian Review. Como havia uma série de críticas ao comportamento passado, a Hitachi passa o seu atual presidente Hiroaki Nakanishi para o posto de presidente do Conselho, e o seu sucessor é o atual vice-presidente sênior e diretor executivo Toshiaki Higashihara, formado pela Universidade de Tokushima, mas com longa experiência no exterior para onde viaja com frequência, onde conseguiu uma carteira de projetos de importância.
Toshiaki Higashihara recebe os cumprimentos de Hiroaki Nakanishi
Informa-se que Toshiaki Higashihara se relaciona muito bem com o primeiro-ministro David Cameron, tendo conseguido uma grande encomenda de trens no Reino Unido. Trabalhou na Alemanha promovendo instalações de geração de energia elétrica. Conseguiu encomendas na Arábia Saudita com a Aramco e com a gigantesca mineradora anglo-australiana Rio Tinto.
O artigo menciona também a Komatsu, onde seu dirigente Masahiro Sakane acumulou experiência numa joint-venture nos Estados Unidos, onde absorveu formas de administração do exterior, tendo conseguido transformar a empresa numa das mais importantes na construção civil no mundo.
Outras empresas japonesas, como a de cosméticos Shiseido, contratou um executivo top da Coca-Cola no Japão. Também o da farmacêutica Takeda vem de uma grande empresa inglesa do mesmo setor.
Há que se creditar essas medidas ao pioneiro brasileiro Carlos Ghosn, que foi da Renault para comandar a Nissan mundial, e apesar das dificuldades naturais das diferenças de culturas empresariais, conseguiu no Japão um brilhante resultado, conquistando a admiração do mundo empresarial.
No momento em que os grandes grupos empresariais japoneses deixam de contar com o mercado japonês como sua base fundamental, transformando-se em multinacionais com sedes até na Europa, como no caso da AGC – Asahi Glass, a maior do mundo no seu setor, mais do que natural que não haja mais distinções, havendo necessidades de executivos habilitados para operarem em todo o mundo.
A Honda indicou a primeira mulher para sua diretoria neste ano. Ademais, uma mulher foi designada pela primeira vez, no Japão, para comandar o banco Nomura Trust & Banking. Sinal de mudanças! Dez para os japoneses!
Caro Ricardo Soares,
No mundo empresarial japonês começa a se reconhecer que as mulheres merecem as mesmas considerações que os homens, talvez tardiamente.
Paulo Yokota
Estou extremamente satisfeita por localizar este website.E queria dizer obrigada a voce com relação a essa ótima leitura! Eu certamente gostei de tudo um pouco e tenho o site no favoritos para verificar coisas novas que voce publicar.
Cara Wanessa,
Obrigado pelo comentário e pelo uso do site.
Paulo Yokota