Facebook Ingressando no Setor Financeiro
15 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: a atração das atividades financeiras, artigo do Financial Times reproduzido no Valor Econômico, comércio como comunicações
A elevada rentabilidade das atividades financeiras faz com que empresas dos mais variados setores procurem usufruir resultados relacionados com elas. Um artigo publicado por Sally Davies, Ducan Robinson e Hannah Kuchler no Financial Times, republicado em português no Valor Econômico, informa que o Facebook procura autorização na Irlanda para poder operar também neste segmento. Seria para prestar serviços de remessa de valores pela internet, quando tais recursos acabam ficando por um período com a organização até serem entregues aos destinatários. Também existem recursos que são destinados para o pagamento das operações de e-commerce. Mesmo que estas operações não sejam remuneradas com taxas, a simples permanência destes ativos permitem aplicações que resultarão em bons resultados.
O artigo explica como, em função da penetração da Facebook em vários países, existem oportunidades para que se tenham condições de usufruir das atividades financeiras, que no seu conjunto acabarão representando cifras substanciais, mesmo que sejam montantes pequenos em cada uma das operações. Segundo informações enviadas à SEC – Securities and Exchange Commission dos Estados Unidos em 2013, a Facebook teria transferido cerca de US$ 2,1 bilhões nestas transações.
Mark Zuckerberg, criador do Facebook
Existem empresas no Japão que já atuam em campos similares há décadas. Como existem muitas remessas de trabalhadores temporários naquele país para os seus familiares em outros países, acabou-se desenvolvendo uma espécie de cartão que permite que estas operações possam ser feitas a partir de qualquer loja de conveniência. Além de facilitarem tais transferências, desenvolveu-se um mecanismo pelo qual o cartão permite adquirir produtos nestas lojas de conveniência que participem do acordo, tanto no Japão como em outros países, sem que a operação apresente qualquer risco.
Também é sabido que muitas empresas comerciais obtêm seus resultados não da compra e venda de mercadorias ou serviços, mas do financiamento que estão atrelados a elas, com juros que costumam ser mais elevados nas vendas a prazo no varejo. Alguns insistem que as vendas sejam feitas a prazo, ainda que os clientes prefiram a vista.
Estas operações não decorrem somente das operações que foram aceleradas com os usos dos meios eletrônicos. Desde tempos remotos, cidades como Veneza reuniam comerciantes que também financiavam o comércio, inclusive expedições que se dirigiam a lugares onde pudessem vender suas mercadorias, como adquirir outras, sempre necessitando de financiamentos que proporcionavam expressivos resultados. Não está se inventando nada de novo, somente sofisticando as formas de efetuar tais operações.