Japoneses Candidatos ao Fornecimento do Maglev aos EUA
13 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: JR Tokai oferece tecnologia do Maglev, ligação de Washington-Baltimore-Boston, noticia no Nikkei Asian Review
Uma notícia publicada pela Nikkei Asian Review informa que JR Tokai, operadora que está construindo no Japão o novo sistema de transporte rápido Maglev, que liga Tóquio a Nagoya, paralelo ao Shinkansen, propõe-se a fornecer sem custo a tecnologia destes trens de levitação magnética quando em velocidade para os Estados Unidos se for escolhida para a sua construção. O projeto norte-americano visa ligar inicialmente Washington a Baltimore, com 60 quilômetros de distância como primeira fase, para chegar a Boston finalmente com 730 quilômetros. O custo de sua construção está estimado em US$ 19,5 bilhões, sendo que metade deste montante seria financiada pelo JBIC – Japan Bank for International Cooperation.
A tecnologia da JR Tokai mantém o trem elevado a cerca de 10 centímetros no ar com a força magnética de imãs supercondutores a bordo dos vagões e bobinas junto aos trilhos. Isto permite uma incrível estabilidade a uma velocidade de 500 quilômetros por hora. O primeiro trem desta natureza foi construído do aeroporto de Xangai à proximidade do centro urbano, com tecnologia dos alemães. Em poucos minutos, o trem está a uma velocidade superior a 200 quilômetros, e como não tem contato com os trilhos não apresenta nenhuma trepidação. Na experiência do seu uso, notamos que mal se sente a sua aceleração.
Trem Maglev da JR Tokai, que pode correr a 500 quilômetros por hora, correndo numa pista para teste. Foto publicada no Nikkei Asian
A JR Tokai deve iniciar a construção do trecho entre Tóquio e Nagoya neste ano, prevendo-se estar concluído em 2027. Os planos são para chegar a Osaka em 2045. Com o fornecimento para os Estados Unidos, visam o aproveitamento da economia de escala.
O governo Shinzo Abe está empenhado na expansão de sua indústria de transporte ferroviário rápido, tendo conversado sobre o assunto com o presidente Barack Obama. Está previsto um passeio de Caroline Kennedy, embaixadora norte-americana no Japão, na Prefeitura de Yamanashi.
No projeto norte-americano concorre também a Bombardier canadense, e a Alstom e Siemens, da França e da Alemanha, que também visam projetos na Europa e na Ásia.
Os japoneses se orgulham que o seu sistema ferroviário rápido não apresentou nenhum acidente grave durante a sua longa história, e o sistema é desativado quando ocorrem terremotos fortes.