Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Irregularidades dos Bancos Internacionais

17 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: acordo para suspensão das investigações criminais, artigo no site da Bloomberg, falta de punição dos grandes bancos

O site da Bloomberg publica um artigo elaborado por David Voreacos, Tom Schoenberg e Greg Farrell informando que no mínimo duas pessoas familiarizadas com estes assuntos confirmaram que o grupo Credit Suisse, por intermédio de sua holding, está concluindo uma negociação com autoridades norte-americanas para pagar a astronômica quantia de US$ 2,5 bilhões para encerrar as investigações sobre suas irregularidades que algumas remontam desde 1950. O que se comentava até alguns dias atrás no mercado era um montante em torno de US$ 1,7 bilhão para este acordo. Eles teriam ajudado contribuintes do fisco norte-americano a evadirem recursos para a Suíça, como também outros bancos internacionais estão sendo investigados. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos teriam obtido o nome de 238 destes contribuintes de 22 mil contas, segundo o Senado daquele país.

Com o encerramento das investigações, os possíveis sonegadores não terão seus nomes divulgados. Este tipo de procedimento tem gerado críticas, principalmente depois de 2008 quando as autoridades norte-americanas estão assistindo banqueiros que contribuíram para as dificuldades que se espalharam por todo o mundo, sob a alegação que seus bancos são demasiadamente grandes para quebrarem, o que provocaria um problema sistêmico em todo o setor financeiro internacional. Se os bancos se dispõem a acordos destes montantes, imagina-se o volume dos lucros que obtiveram com estas irregularidades, bem como outras que continuam sendo investigadas.

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Segundo se informa, os mecanismos de contato entre banqueiros e contribuintes eram feitos nas partidas de golfe combinadas em diversas localidades do mundo. A situação dos bancos tornou-se insustentável depois que dois banqueiros suíços confirmaram estas operações para reduzir suas responsabilidades. Foram Andreas Bachmann e Josef Dörig que ajudaram contribuintes norte-americanos a utilizar paraísos fiscais.

O CEO do Credit Suisse, Brady Dougan, pediu desculpas num depoimento feito no Senado norte-americano, em fevereiro último, afirmando que um pequeno número de banqueiros suíços teriam eventualmente transgredido as legislações norte-americanas nestes tipos de operações. Teriam aberto contas com nomes falsos.

Outro banco suíço, o UBS, também já fez um acordo semelhante num montante de US$ 780 milhões. Muitos outros bancos internacionais continuam sendo acusados destes tipos de irregularidades como de outros, não se restringindo somente aos suíços.

O lamentável é que estes bancos vivem da credibilidade e estão entre os primeiros que disseminam informações contrárias, inclusive sobre procedimentos razoáveis de autoridades monetárias que procuram regulamentações que dificultem suas operações duvidosas.