Mensagens Diretas Sobre a Sustentabilidade
30 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: exemplo dos Estados Unidos, mensagens relacionadas à redução de alimentos e aumento das asmas das crianças, visões objetivas e diretas
Um artigo publicado no site da Bloomberg por Mike Dorming informa que o governo Barack Obama está mudando suas mensagens sobre as necessidades de preservação do meio ambiente, pois os relacionados com a redução das geleiras que reduzem as possibilidades de sobrevivência dos ursos polares acabam tendo pouco efeito na mudança dos hábitos da população. Agora estão utilizando os dados de aumento das asmas nas crianças ou reduções de produções de alimentos diante dos aumentos das secas e dos incêndios florestais. Os eleitores parecem mais sensibilizados com fatos que afetam diretamente suas vidas e de seus familiares do que questões mais remotas ligadas ao longo prazo.
Espera-se que no Brasil também os marqueteiros dos diversos candidatos nas próximas eleições tenham mensagens diretas dos problemas que já afetam a população. A disponibilidade de energia elétrica com possibilidades de apagões como a escassez de água para o abastecimento das grandes metrópoles precisam ser relacionadas diretamente com as irregularidades climáticas e a redução das chuvas nos locais que interessam e excessos de precipitações em outros que provocam inundações. As secas provocam alguns desabastecimentos de alimentos que afetam diretamente a inflação e estes problemas precisam ser transmitidos para a população, mostrando que devem eleger candidatos que estejam sensibilizados pela preservação do meio ambiente, ainda que as manutenções das florestas amazônicas e da Mata Atlântica também tenham relevância.
Seca no campo e represa da Cantareira: irregularidades climáticas afetam a população
Infelizmente, a sensibilidade da população está mais aguda com os problemas que a afeta diretamente, principalmente depois que os avanços como da internet não estão permitindo análises de maior profundidade. O que interessa hoje é o que acontece aqui e agora, sem que haja uma visão de longo prazo sobre os interesses da população.
Todos sabem que as irregularidades climáticas, com secas de um lado e precipitações concentradas de outro, causam grandes transtornos para as populações, notadamente dos que vivem nas grandes metrópoles. A cada chuva, com precipitação concentrada em pouco tempo, ocorrem inundações, pois os meios de escoamento das águas estão entupidos com lixos descartados pela própria população.
Há que se motivarem os políticos e a população para as necessidades de reciclagem possível de todo o lixo, com penalidades pesadas para aqueles que abandonam produtos descartados nas ruas ou terrenos baldios. É preciso insistir que estão dando tiros nos próprios pés.
A falta de economia nos consumos de energia elétrica, que é o meio mais barato do que construir usinas hidroelétricas, atômicas ou as que utilizam combustíveis poluentes como óleos ou carvões afetam a todos. Os aparelhos elétricos continuam consumindo muita energia, e sistemas como “smart grid” para racionalização do uso da energia em edifícios, fábricas, cidades não são adotados na intensidade desejada, quando já são usuais em muitos países.
Lamentavelmente, o preço da energia necessita ser ajustado, ainda que provoque um mínimo de inflação, pois o bolso continua sendo o órgão mais sensível dos consumidores.
Em São Paulo, a Sabesp, responsável pelo fornecimento de água para a população, está com suas reservas mínimas, havendo possibilidade de racionamento. Concedendo-se prêmios para a economia do consumo de água, está se constatando que acaba contando com a colaboração da população que arca com as contas. Parece que esta atitude necessita ser permanente, pois nas grandes metrópoles as águas precisam ser transportadas cada vez mais por grandes distâncias.
É preciso conscientizar os consumidores que eventuais elevações de preços de legumes e hortaliças estão ligadas às irregularidades climáticas, e estas por sua vez dependem dos comportamentos da população. As campanhas eleitorais periódicas podem ser transformadas para mostrar estas mudanças, do que a repetição das chatices de fotos e números, que nada acrescentam para ninguém.