Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Inovações de Toilets Difíceis de Serem Introduzidas

9 de julho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: aproveitamento dos resíduos, artigo no The Gardian, toilets sem uso de água ou energia, usos urbanos

A jornalista Virginia Gardiner vem trabalhando há anos no seu projeto de chegar a um uso em escala de sua toilet sem o uso de água ou energia. Está recebendo subsídio da Fundação Gates para conseguir que os seus resíduos sejam aproveitados como geradores de gases e fertilizantes. Ainda que este tipo de princípio exista em países como a China, no meio rural, ela está propondo que seja utilizada até em metrópoles como Londres, onde em muitos eventos públicos costuma se utilizar banheiros químicos. Como tentativa de uso em massa, além de apresentar o projeto em eventos como o festival Latitude, também está tentando que seja utilizado em Madagascar.

Existem dificuldades culturais a serem superados, pois envolve aspectos extremamente pessoais, sem que este tipo de reciclagem não seja utilizado por muitas décadas. Na China, muitos sabem que as necessidades fisiológicas são consideradas naturais, não havendo preconceitos, com os resíduos sendo aproveitados como fertilizantes. Na proposta da Virginia Gardiner, pelo que pode ser deduzido da leitura do artigo elaborado por Shane Hickey e publicado no The Gardian, o vaso conta com um dispositivo que armazena o resíduo de forma vedada, que não permite a propagação de odores, que acaba sendo processada biologicamente para o seu reaproveitamento, sem que água ou energia seja utilizada.

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The Loowatt team (left to right) – Fernanda Costa, Chris Holden, Virginia Gardiner, Polly Gardiner and Kaitlin Zhang. Photograph: Frantzesco Kangaris for The Guardian

A ideia desta inovadora parece ter se aperfeiçoado a partir de muitas tentativas como o uso de minhocas nas transformações dos resíduos. Bem como o uso de plásticos biodegradáveis contendo estes resíduos.

Pelo que se desprende do artigo, o recipiente que recebe os resíduos acaba sendo processado em outra localidade, sendo que os banheiros químicos utilizados em muitos eventos são os alvos prioritários.

O que a inovação está procurando é que ela seja um negócio rentável, tanto para os produtores de vasos como os processadores dos resíduos. Realmente, parece um projeto bastante ousado, mas pode ser que acabe induzindo outros a pensarem nas formas de economia de água e energia, com a reciclagem de muitos resíduos gerados nas residências, escritórios como em lugares públicos.