Insensatez Humana com a Elevação da Temperatura Global
21 de julho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias, Política | Tags: necessidade premente de decisões mundiais, suicídio diante das catástrofes, Tags: dados alarmantes recentes
O site da Bloomberg publica num artigo escrito por Tom Randall um resumo dos dados que estão sendo divulgados pelo US National Oceanic and Atmospheric Association, que anualmente informa os coletados em diversas partes do mundo sobre os assuntos relacionados com o clima. O deste ano está com 275 páginas, tendo o título “Spoiler Alert: o planeta está ficando mais quente ainda”, com dados coletados com rigor científico, que confirmam o que todos estão sentindo na pele e se tornam visíveis pelas indicações mais evidentes. Em que pesem indicações claras desta natureza, as autoridades dos diversos países não conseguem chegar a uma orientação mundial no sentido de decidir pelas medidas práticas para evitar a continuidade deste processo suicida que chega a beirar a insanidade coletiva, apesar dos esforços desenvolvidos pelos conservacionistas.
Os dados foram agrupados por temas e mostram que as superfícies dos oceanos continuam a aquecer; os níveis dos mares atingem recordes; as geleiras recuam pelo 24º ano consecutivo; os gases que provocam o efeito estufa continuam subindo; as superfícies do planeta mantêm-se perto de seu nível mais quente; e os dias quentes estão aumentando e as noites frescas diminuindo. Ainda que as evidências científicas não consigam determinar que tudo isto decorre da ação humana ou faz parte de uma tendência do planeta de longuíssimo prazo, os dados são convincentes para muitos que medidas urgentes precisam ser tomadas, mesmo preventivamente e por precaução, visando que os grandes acidentes climáticos não continuem a aumentar. Com terríveis secas de um lado e inundações que acompanham os violentos tufões do outro, como está se observando nos últimos dias em variados lugares do mundo, e vem sendo informado pela mídia internacional.
Neste ano o chamado El Niño já provoca problemas na Ásia e as previsões são de irregularidades climáticas na América do Sul que podem provocar graves problemas de abastecimento de alimentos e grandes desastres climáticos.
Este gráfico abaixo foi publicado no artigo do site da Bloomberg e parece dos mais expressivos.
The ocean surface continues to warm. Bloomberg
Quatro conjuntos de dados independentes mostram, segundo o artigo, que para as temperaturas dos oceanos, no ano passado, elas estavam entre as dez mais elevadas registradas nas estatiscas disponíveis. O nível do mar, na média global, continuou a subir, acompanhando uma tendência de elevação de 3,2 milímetros por ano, das últimas duas décadas.
Os dados ainda preliminares dos Estados Unidos, do Canadá, da Noruega, da Áustria e da Nova Zelândia mostram o ano passado, provavelmente, foi o 24º ano consecutivo de perda de gelo das geleiras em todo o mundo. O recuo mundial consistente dos glaciais das montanhas é considerado um dos sinais mais claros do aquecimento global.
O dióxido de carbono, o gás de efeito estufa mais importante, atingiu uma concentração de 400 partes por milhão pela primeira vez em maio de 2013. Os dados são do Observatório Mauna Loa, do Havaí, USA. A coleta dos dados foi iniciada em 1958 por C.David Keeling da Scripps Institution of Oceanography, considerados da maior credibilidade.
Quatro estatísticas independentes mostram que o ano passado está entre os mais quentes nas coletas modernas, estando entre a segunda a sexta entre todas, dependendo do conjunto coletado. O gráfico acima mostra que tudo indica que os dados saíram do padrão normal, informando-se ainda que na Austrália a temperatura foi recorde entre os dados existentes.
Os gráficos disponíveis mostram que as noites do ano passado estiveram estavam entre os dez por cento com temperaturas mais baixas, e os dias entre as 90 por cento de temperaturas mais altas. No conjunto, os dados do ano passado estão entre os dez mais extremos dos dados coletados nas séries históricas disponíveis.
Não parece que seja mais o período sobre discussões acadêmicas sobre os problemas de longuíssimo prazo, pois as consequências práticas estão sendo sentidos em todo o mundo, com sacrifícios de vidas e grandes prejuízos materiais. Parece urgente que medidas para reversão destas tendências precisam ser tomadas pelas autoridades, e espera-se que as reuniões programada ainda para este ano, apesar dos seus custos, sejam tomadas, pois os ônus maiores estão sendo arcadas pelas populações mais pobres do planeta.