Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Lições da Derrota do Futebol Brasileiro Para a Alemanha

9 de julho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: lições da dura derrota brasileira, o programa dos capitães campeões no Sport TV, o que deve ser aprendido nos momentos de tristeza

É evidente que, como brasileiro, diante da humilhante derrota histórica do futebol brasileiro frente à seleção alemã na semifinal da Copa do Mundo no Brasil por sete a um, além da tristeza que nos toma, há que se tirarem lições para o futuro. Diante das nossas falhas como das qualidades dos germânicos, considerando as opiniões de personalidades com longas experiências neste esporte. O primeiro aspecto que parece importante é que o futebol é um esporte de conjunto, não se podendo depender somente de alguns astros excepcionais, ainda que eles também possam prestar suas valiosas colaborações. O longo preparo de mais de seis anos da atual seleção alemã, o seu destaque acaba sendo o jogo de conjunto, onde os componentes da equipe jogam sabendo onde estão os seus companheiros nos rápidos ataques como nas suas defesas, onde o meio do campo desempenha um papel importante.

Como em todas as disputas, há que se estudar profundamente todas as nossas qualidades, como os pontos forte e fracos das equipes adversárias, para se estabelecer a estratégia e a tática das partidas. Eventuais desfalques, como pelas contusões e suspensões, fazem parte do jogo, havendo que se convocar os jogadores para as seleções considerando as possibilidades de suas substituições, procurando esquecer o que já aconteceu, lamentavelmente. O meio do campo é de extrema importância para a organização da atuação da equipe, tanto na defesas como no ataque. Os abalizados comentários efetuados pelos experientes capitães campeões mundiais no programa da Sport TV, Carlos Alberto, do Brasil de 1970, Lothar Matthäus, da Alemanha de 1990, Fabio Cannavaro, da Itália de 2006, e Daniel Passarella, da Argentina de 1975, que também possuem experiências como técnicos e conhecem o futebol de diversos países, podem auxiliar na compreensão do que vem acontecendo.

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Lothar Matthäus, Carlos Alberto, Daniel Passarella e Fabio Cannavaro

Carlos Alberto Torres chamou a atenção sobre o exagerado “oba, oba” que cercava a preparação da seleção brasileira atual, e muitos obsevavam o exagero da exaltação da falta de Neymar que deveria ser considerado um caso encerrado, concentrando-se a atenção na partida diante de um adversário superior e mais preparado.

Os primeiros gols alemães decorreram da observação que a defesa brasileira apresentava falhas, e os atacantes adversários deveriam se posicionar nas costas dos defensores brasileiros. Os ataques brasileiros deveriam ser feitos com cuidado diante de uma seleção compacta, veloz e forte como a alemã, cuidando-se com carinho da defesa, que não contava com jogadores que já tivessem atuado juntos. Pagou-se pela exagerada ousadia no ataque brasileiro.

As pressões iniciais dos brasileiros não contavam com o suporte do meio do campo que fosse capaz de organizar os ataques, onde o Brasil conta atualmente com carência de jogadores.

Observou-se que a seleção alemã vem se preparando há anos, contando com equipes que organizam um campeonato nacional com elencos fortes e organizados, preocupando-se também com a incorporação de jogadores jovens, o que os permitem estar presentes nas finais das últimas competições.

Ainda que o futebol brasileiro conte com jovens talentos, tudo indica que não se cuida adequadamente da preparação da seleção bem como das equipes de base de onde podem ser selecionados os componentes da principal, o que deve merecer especial atenção até as próximas competições.

Observou-se que a alemã vem praticando um futebol atualizado, com grande velocidade atuando em conjunto, desde a defesa, meio de campo como nos rápidos contra-ataques. A disciplina dos jogadores é elevada, ainda que possam contar com o convívio dos familiares durante os períodos de suas preparações.

Nos debates ficaram diferenciadas as culturas prevalecentes no futebol, notadamente na Europa e na América Latina, ainda que haja uma tendência de globalização, com jogadores de diversas origens também na Europa. Os brasileiros parecem dominados exageradamente pelos aspectos emotivos, como os expressos pelos choros. Pode-se dizer também que há necessidades que as equipes técnicas também tenham a vivência de onde o futebol mais atualizado vem se praticando.

É evidente que as opiniões de muitos brasileiros diferem, pois todos pretendem ter as qualificações dos técnicos, mas parece que entre os comentários mais qualificados que não são formuladas com exageradas paixões devem ser absorvidos.