WSJ Comenta Alibaba no E-Commerce com o Brasil
15 de setembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias, Tecnologia | Tags: a moda e seus perigos, mercado brasileiro de e-commerce, quantidade de notícias ligadas à Alibaba
Neste período em que o grupo chinês Alibaba procura concluir sua gigantesca operação de captação de recursos utilizando o mecanismo da IPO no valor recorde que deve chegar a US$ 24 bilhões, há que se admitir a competência de seus dirigentes para inundar os veículos de comunicação social do mundo com as mais variadas notícias sobre as operações do grupo, ainda que sempre caibam dúvidas respeitáveis sobre alguns dos produtos vendidos. Os brasileiros são suscetíveis às modas, sem avaliar todos os seus riscos. Com a ascensão de muitos consumidores brasileiros para a classe média, ampliaram-se os consumidores desejosos de pechinchas, navegando pela internet procurando oportunidades, segundo analistas destes tipos de atividades, que coloca no Brasil entre os cinco maiores consumidores utilizando estes mecanismos, segundo um artigo publicado no The Wall Street Journal de autoria de Loretta Chao, com a contribuição de Paulo Travisini de Brasília.
O artigo cita casos de compradores que considerados os preços oferecidos vantajosos comparados com os praticados no Brasil, mesmo com as tributações a que estão sujeitos na alfândega e as demoras nas suas liberações. Quando o Presidente chinês Xi Jinping esteve em Brasília visitando a Presidente Dilma Rousseff conseguiu acordos com os Correios do Brasil para acelerar a redução dos procedimentos burocráticos. Mas, o que vem se constatando é que muitos produtos comercializados pela Alibaba estão sendo questionados como falsificações, notadamente nas de algumas griffes. Mesmo assim, a Alibaba considera que o Brasil é onde suas atividades devem se expandir nos próximos anos, mesmo que este nome seja associado no país com os 40 ladrões.
Um dos sites utilizados pelo grupo apresenta suas ofertas em português, e os isentos de tributações de importações devem estar abaixo de US$ 50, havendo ainda uma taxa que eles cobram por encomenda.
Outros grupos que atuam nesta faixa de mercado também estão promovendo importações, como os provenientes da China. A pouca importância que o Brasil veio adotando para a expansão de suas atividades no exterior não vem permitindo um razoável equilíbrio nestas operações de comércio internacional, que deveria contar com um volume também de exportações nesta faixa.
Muitos afirmam que o câmbio seria um fator fundamental, mas é preciso considerar que também existem muitas outras iniciativas que devem tornar os produtos brasileiros competitivos, incluindo a logística, todos os procedimentos burocráticos, alem das tributações que devem incidir tanto sobre os produtos acabados como matérias primas e componentes envolvidos, alem dos encargos sobre os custos de mão de obra.