Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Interessantes Aperitivos Para Um Importante Evento

7 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: considerações baseados em longas experiências, encontro de política fiscal 2014 da FGV, entrevistas como de Vito Tanzi e Barry Eichengreen no Valor Econômico

A entrevista concedida por Vito Tanzi para Flavia Lima, publicado no Valor Econômico, é um interessante aperitivo indicando que o encontro promovido hoje pela Fundação Getúlio Vargas sobre política fiscal pode apresentar importantes subsídios para o Brasil e para o mundo. De décadas de trabalho acumulando uma rica experiência sobre problemas fiscais, Vito Tanzi, sempre considerado como um dos economistas que mais estudaram estes problemas, tendo experiências também no Fundo Monetário Internacional, mostra algumas limitações que não se restringem somente às autoridades, como das agências de rating que possuem poderes superiores à capacidade de suas análises. Algumas perigosas aplicações recentes, como as da easing monetary policy, podem acabar prejudicando mais o mundo que contribuindo para as difíceis soluções para a retomada do crescimento econômico em muitos países deste universo globalizado.

Não se pode entender que os problemas dos desequilíbrios comerciais em muitas economias do mundo podem ser resolvidos somente com a política cambial, provocando as desvalorizações de suas moedas. Ainda que isto resolva temporariamente os problemas de alguns, as reações que provocam de seus parceiros podem conduzir a perigosas guerras cambiais. E a prioridade para as exportações dependem também de um conjunto de outras medidas que tornem seus produtos competitivos no mercado internacional. Além disso, parece que fatores políticos e de novos comportamentos, como a redução da capacidade de reações aos desafios, podem criar também problemas.

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Vito Tanzi, autoridade mundial em assuntos fiscais, e Barry Eichengreen, da Universidade de Cambridge

Outros economistas, com larga experiência sobre a aplicação de políticas fiscais como as reformas que costumam ser cogitadas e que também participam do evento, devem mostrar que em países federativos como o Brasil apresentam dificuldades adicionais.

Também as exageradas recomendações que a política fiscal seja adotada de forma restritiva em países emergentes que apresentam problemas tanto de emprego como da necessidade de manutenção dos seus níveis salariais acabam mostrando que estes assuntos são mais complexos que parecem. Simples recomendações que podem ser formulados nos papéis encontram terríveis resistências políticas e de outras naturezas.

Espera-se que contribuições e debates que estão sendo travados mostrem o que é realmente exequível de ser adotado para contribuir na recuperação e desenvolvimento destes países.