Possibilidades de Correção das Ineficiências Brasileiras
29 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: deficiências conhecidas da economia brasileira, o papel dos economistas, possibilidades decorrentes de suas correções
Equívocos econômicos brasileiros mais fáceis de serem corrigidos para se obter as eficiências já atingidas pelos concorrentes
Muitos são os artigos divulgados apontando as deficiências da economia brasileira quando comparados com o que ocorre em outros países concorrentes neste mundo globalizado. Seria interessante conhecer mais profundamente o que vem provocando estes fenômenos, pois parece que podem ser corrigidos com um mínimo de racionalidade, ainda que existam constrangimentos políticos e de outras naturezas, mesmo que este posicionamento possa parecer cínico. Se o Brasil estivesse na vanguarda das adoções das melhores tecnologias, haveria que se criarem novas, o que certamente é mais complexo, exigindo grandes empenhos em pesquisas demoradas até que elas se tornassem operacionais.
John Maynard Keynes quando era influente no mundo
Um artigo publicado pelo The Economist sugere que no mundo os profissionais de economia estão manifestando suas opiniões em assuntos que deveriam ser de outras profissões. Haveria um exagero quando comparado com o que propunha John Maynard Keynes, e isto decorreria da absorção de técnicas estatísticas e econométricas na economia, que aparentam ter um poder de convencimento maior de outros profissionais. O que os bons economistas afirmam que muitos que exageraram nestes tipos de instrumentos nem são bons estatísticos ou matemáticos, pois desconhecem as limitações das hipóteses que são utilizadas, que podem somente captar parte das complexas realidades, que exigem maiores conhecimentos da história, e de outras ciências sociais, inclusive do quadro político em que estão inseridos. No passado, havia um conhecimento da economia política, e hoje se abusam das supostas teorias macroeconômicas que são exageradas simplificações de uma realidade mais complexa. Parece natural que estas distorções sejam corrigidas.
Estão se ampliando recentemente as incorporações de conhecimentos, como as de antropologia organizacional, pois tanto as gigantescas administrações públicas como até empresas privadas estão dominadas pelos grupos de funcionários que se organizaram para a defesa dos seus interesses, que nem sempre coincidem com os da coletividade. Esta é uma realidade que, melhor conhecida, poderia ser corrigida.
Existem também muitos aspectos que precisam ser aperfeiçoadas, começando pelo chão das fábricas. A agregação como se fossem de setores da economia ou do conjunto parece que acaba misturando o joio ao trigo, pois existem diferenças entre as diferentes unidades, sendo que as mais eficazes deveriam ser conhecidas e imitadas.
Também quando um apresenta uma extensão como a brasileira, parece evidente que existem diferenças regionais, que nem sempre são conhecidas. Simplificar tudo em termos médios nacionais não parece um caminho mais adequado para as correções.
Todos reconhecem que existem problemas de gestões nos diversos projetos. Parte delas é decorrente das diferenças de logística, treinamento da mão de obra, bem como das condições específicas do meio ambiente em que estão inseridos, além dos interesses políticos que são sempre locais. Os dados nacionais acabam mascarando uma parcela substancial dos problemas existentes não ajudando na solução de muitos problemas brasileiros.
Matopiba, a nova região brasileira com agricultura eficiente
O que está se observando em muitos países que estão conseguindo superar as suas limitações parece o empenho em focar-se na execução dos projetos, considerando todo o quadro de restrições que existem em qualquer economia.
Cingapura, que se consolidou com a capital do Sudeste Asiático
Há razões para otimismo, pois o caminho para estas superações aparentam ser mais simples do que parece, pois são trilhas já abertas por outros, com sacrifícios, que podem ser economizados no caso brasileiro.