É Preciso Recuperar o Verdadeiro Significado do Natal
16 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: desvios chocantes do conceito sobre o Natal, o que acontece no Japão, predomínio dos interesses comerciais no Ocidente
Pode parecer utópico, mas quando se depara como uma notícia publicada no jornal The Independent e republicada no site do O Globo onde se informa que um restaurante japonês colocou um cartaz avisando que na noite de Natal não seriam aceitos casais, pois os solteiros ficariam deprimidos, observa-se a distorção assustadora que esta efeméride está sofrendo no mundo. Já postamos neste site a experiência de um Natal passado no Japão, onde a data sequer é um feriado, pois os cristãos japoneses representam uma minoria insignificante da população. Para os brasileiros acostumados com intensas atividades neste período, fica muito estranha à experiência de um Natal no Japão. Lá, no máximo, está se ampliando os interesses comerciais das lojas, com a gritante distorção que a data é comemorada no Ocidente, com uma elevada quantidade de presentes para as crianças, familiares e amigos mais chegados, quando o correto seria este hábito para o Dia dos Reis, no começo de janeiro. No Japão, o que predomina são atividades românticas, com os casais lotando os motéis.
Natividade na Cappella degli Scrovegni por Giotto, obra que teria começado em 1311 e concluída em 1320
Mesmo no Brasil, há maior difusão das promoções comerciais com a confusão do Natal com a visitação dos Magos que deveria ser concentrada no dia 6 de janeiro, como acontece em alguns países da Europa, esquecendo-se do significado do nascimento do Salvador.
Mesmo os artistas medievais deram grande importância para a esta visitação dos Magos que teriam sido orientados pelas estrelas para chegar a Maria e a José, juntamente com o menino Jesus que teria nascido numa manjedoura, somente assistido pelos animais. Os presentes que lhe teriam sido levados pelos Magos seriam as justificativas para as atuais explorações comerciais, associadas às fartas refeições regadas por bebidas.
Muitas destas distorções se observam também em países de predominância cristã e católica. Eu me encontrava na noite de Natal em Veneza, na Itália, e procurei as igrejas com a minha família certo de que encontraria uma para assistir à Missa do Galo que deveria ser interessante. Mas acabei frustrado, pois todas estavam fechadas, e o máximo que se conseguia era uma transmitida pela televisão do Vaticano, com o papa celebrando a data.
Nestes períodos difíceis para a humanidade, seria oportuno recordar o verdadeiro espírito do Natal, quando Jesus se transformou num simples homem, nascendo numa modesta manjedoura para cumprir o que estava escrito nas Escrituras. Seu sacrifício seria indispensável para expiar a culpa dos homens. A data do seu nascimento mereceria uma reflexão, não sendo distorcido como está acontecendo agora, com todo respeito às demais religiões.