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Quimono no MET Metropolitan Museum of Arts

31 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: artigo sobre a exposição no The New York Times, dificuldade de captar a sua essência, mais do que a vestimenta

O quimono envolve etiquetas difíceis de serem totalmente compreendidas por quem não tenha um mínimo de conhecimento da cultura japonesa.

Um artigo elaborado por Karen Rosenberg, publicado no The New York Times, informa sobre a importante exposição que será apresentada a partir de 19 de janeiro próximo no MET – Metropolitan Museum of Arts de Nova Iorque, que certamente merecerá a atenção que vem dispensando às vestimentas de outros países como o Reino Unido da era vitoriana. Mas o artigo não fala de toda a complexa etiqueta que envolve o quimono, que não se resume numa vestimenta.

O quimono a ser utilizado depende inicialmente da idade da pessoa, indo desde uma criança até uma idosa, se é casada ou não. Mas, também dependo da estação do ano, não sendo adequado o uso de um com figuras primaveris para o inverno. Também da ocasião, pois existem os recomendados para festas de casamentos e até para momentos solenes como um funeral.

Um quimono é para durar a vida toda, servindo como herança de mãe para filha. Os mais finos de seda costumam custar uma fortuna, e profissionais como gueishas necessitam contar com muitos diferentes, pois não seria conveniente aparecer sempre com os mesmos. Nem aparecer com um destinado para as noites num evento mais esportivo ao ar livre. A graça com que se usa um quimono mostra o nível de educação de quem a veste, como numa cerimônia de chá ou numa exposição de ikebana.

Também existem os destinados aos homens, não sendo conveniente aos jovens utilizarem padronagens voltadas para os idosos. Não se deve confundir com o yukata, que é destinado para uso informal em casa. Também não devem ser confundidos como os conhecidos como “happy coats”, que são mais para os festivais.

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Um quimono japonês com peônias, circa 1930. Crédito Hiroko Masuike / The New York Times

Os quimonos, além de vestidos, também são utilizados como objetos de decoração como pinturas ou cerâmicas. Na exposição, serão apresentados até como telas, como os do século XVI. Também historicamente os do período Edo (1615 a 1868), como Meiji (1868 a 1912) até os mais modernos produzidos pelos conhecidos figurinistas japoneses, como de Yoji Yamamoto e Issey Miyake, difíceis de serem enquadrados como quimonos.

Certamente, fazem parte importante da cultura japonesa, apresentada no Ocidente.