Suplemento Excepcional de Eu & Fim de Semana Sobre Jobim
6 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: artigos de peso sobre Antonio Carlos Jobim, digno deste grande compositor brasileiro, observações de renomados especialistas, uma coleção fora de série
Por mais que se admita que todas as avaliações, inclusive esta, sejam influenciadas pelas preferências pessoais, se existe quase uma unanimidade nacional e internacional é que o compositor brasileiro Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim está entre os mais destacados no mundo recente. Com uma sólida formação em música erudita, ele tinha um ouvido absoluto, como ressalta sua irmã Helena Jobim, capaz de perceber nos sons da natureza a magia que o inspirou a contribuir numa das fases mais ricas da musica popular que não é só brasileira, mas se inseria também numa brilhante do que há de melhor no jazz, contando com parcerias nacionais e internacionais da mais elevada qualidade. Captar todo este fenômeno em alguns poucos artigos é uma rara felicidade que conseguiu o suplemento Eu & Fim de Semana, do Valor Econômico, tão bem dirigido por Robinson Borges. Tornou-se um documento para ser guardado para a posteridade, de leitura obrigatória de todos quando se interessam pelo assunto.
O suplemento começa com um artigo competente de Tárik de Souza que faz um apanhado geral da obra de Jobim, que está no http://www.valor.com.br/cultura/3805234/nao-e-o-fim-do-caminho. O site do Valor Econômico recomenda ainda no mínimo a leitura de:
"A fonte de criação dele era a mata" (breve entrevista de sua irmã Helena Jobim a Tom Cardoso);
‘Tom não gostava de ser bajulado’, diz Cabral (depoimento de Sérgio Cabral);
Orquestrações sobre uma estátua (também de Tárik de Souza);
Uma frutífera aliança com o jazz (artigo de Fabricio Vieira);
À Mesa com o Valor: Jaques Morelenbaum – Por causa de você (entrevista de Robinson Borges);
Mas, eu ouso recomendar também a leitura do artigo de Carlos Calado sobre Eumir Deodato e o seu dom de arranjar, que Jobim elogiou pela orquestração de 12 de suas canções, ainda quando tinha somente 22 anos.
80 milhões de americanos presenciaram o encontro musical entre Antonio Carlos Jobim e Frank Sinatra pela NBC
São destacadas as parcerias de Antonio Carlos Jobim com monstros sagrados como João Gilberto, Vinicius de Moraes, Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Stan Getz, Sarah Vaughan, Chico Buarque, Benny Goodman, Count Basie e de tantos outros, os já estavam consagrados como outros ainda desconhecidos em ascensão.
Suas músicas estão entre as mais tocadas no mundo, competindo com as dos Beatles, como a sua Garota de Ipanema, com arranjos dos mais sofisticados executados pelos mais consagrados músicos. Seu papel na consolidação da Bossa Nova bem como a sua divulgação universal não tem paralelo com nenhum outro artista brasileiro.
Nestes 20 anos após a sua morte, todos os brasileiros têm motivos de sobra para se orgulhar ao contar com um patrício deste naipe, reconhecido pelos músicos mais consagrados, como os apreciadores de bons momentos.
Se a música brasileira é respeitada no mundo, uma boa parte deve-se à qualidade de músicos como Antonio Carlos Jobim, motivo de orgulho para todos nós.