Profusão de Informações do que Vem Ocorrendo no Mundo
16 de janeiro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: dificuldade para a concentração no que parecem relevantes diante do sentimento de confusão, especulações do The Economist, o desenvolvimento sustentável, tantos acontecimentos que ocorrem no mundo
A difícil tarefa de identificar quais os fenômenos relevantes que devem ser acompanhados com maior cuidado no mundo atual, diante de tantos que estão ocorrendo, acabam dando um sentimento de confusão.
Os dramáticos acontecimentos em Paris provocaram grandes manifestações populares de repúdio às restrições à liberdade da imprensa que não devem levar aos sentimentos antirreligiosos
Atentados terroristas como os que ocorreram em Paris chamam a atenção da mídia internacional, exigindo certo equilíbrio para que as reações não sejam desvirtuadas para outros objetivos. Quando uma coluna num importante jornal brasileiro estampa o título como “Francisco, por que não te calas?” e um simples jornalista radical expressa que “o jesuíta leu mal São Paulo”, só se pode concluir que está se aumentando a confusão.
De infindáveis lados se informam sobre a “surpresa suíça derruba o euro”, com fortes mudanças cambiais no mundo. O The Economist publica no seu site que a queda do preço do petróleo e gás oferece uma oportunidade para correção de políticas energéticas equivocadas do mundo. Enquanto especialistas apresentam suas esperanças no Project Syndicate sobre o desenvolvimento sustentável.
As confusões brasileiras com a Petrobras ampliam as discussões sobre o combate à corrupção bem como formação de cartéis para fornecimentos solicitados aos seus fornecedores, empreiteiras e poucos produtores de equipamentos de exploração off shore de petróleo no mundo.
Só pode caber uma expressão como: “algo de podre ocorre no reino da Dinamarca”, de Shakespeare, no seu famoso Hamlet. Mesmo para analistas experientes, acaba sendo difícil selecionar os assuntos que merecem maior atenção, pelas suas consequências de longo prazo para a humanidade.
Uma revista tradicional como o The Economist, com uma equipe de redação respeitável e capacitada que acompanha o que vem acontecendo de relevante no mundo, elabora o seu artigo de capa constatando a formidável queda de preços tanto do petróleo como de gás, afirmando que é uma oportunidade que costuma ocorrer a cada geração, que permitiria corrigir as políticas energéticas que vieram se concentrando no uso de combustíveis poluentes como o carvão e o petróleo.
Antevê-se a necessidade de importantes fusões de gigantescas empresas petrolíferas ainda avaliadas em muitas centenas de bilhões de dólares, citando-se até nominalmente a BP – British Petroleum. O gás natural e outras fontes de energias não poluentes teriam a chance de desbancar o petróleo poluente que vem dominando o cenário energético a muito mais de século.
Ilustração utilizada pelo The Economist
Quando se fala de câmbio, deve-se lembrar de que os fluxos financeiros internacionais envolvem muitos trilhões de dólares diários, sendo objeto de irregularidades reconhecidas pelos grandes bancos internacionais que arcaram com pesadas multas para suspenderem legalmente as ações decorrentes das suas punições.
As autoridades suíças abandonaram o limite de baixa do euro frente ao franco suíço, movimento que surpreendeu o mundo
Mesmo dentro desta aparente confusão geral, dois especialistas como Manish Bapna e Kitty van der Heijden do World Resources Institute apresentam no Project Syndicate suas idéias para 2015 dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio as propostas de Desenvolvimento Sustentável, que figura no “relatório de síntese” do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Incluem a erradicação da extrema pobreza até 2030. Os países emergentes continuam se modernizando, o setor privado assume novo papel e a degradação ambiental continua ameaçando os ganhos da década. Haveria que se superarem os dois grupos dos que ajudam e dos que recebem. Seriam ingredientes como financiamento, comércio e parcerias. O que vem sendo feito na área da saúde com a GAVI Aliance – Global Alliance on Vaccines and Immunization é citado como exemplo.
Há que se manter o otimismo nesta confusão toda.