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Educação Que Começa no Nascimento

6 de fevereiro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: indisciplina dos alunos nas salas de aula, os exemplos dos pais, tempo gasto pelos professores com estas indisciplinas | 2 Comentários »

clip_image001Um levantamento de fundamental importância feito pela pesquisa Talis da OCDE mostrou que mais de 60% dos professores brasileiros reclamam da indisciplina dos alunos em sala de aula.

A pesquisa mostra que existe pouca diferença do problema nas escolas públicas e privadas.

A OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico efetua uma pesquisa denominada Talis sobre ensino e aprendizado em muitos países, inclusive no Brasil. Foram levantados dados de vital importância em 2008 e 2013, cujo relatório Assis Moreira, do Valor Econômico, tomou conhecimento e comentou num artigo.

Entre 34 países pesquisados, os estudantes brasileiros apresentam os piores comportamentos na sala de aula, fazendo com que mais de 60% dos professores relatem mais de 10% de alunos com problemas de comportamento, enquanto no Japão estes problemas estão restritos a 13%. Estes professores gastam cerca de 20% do seu tempo para manter a ordem em sala de aulas. São dados que superam todos os demais países pesquisados em 2013. Também em países da America Latina, como o Chile e o México, estes dados são preocupantes.

O que pode ser questionado é por que estes estudantes, que não diferem muito nas escolas particulares como públicas, são tão indisciplinados. Parece que isto decorre das responsabilidades dos pais que, desde o berço, não proporcionam exemplos que os levem a respeitar os professores.

Verificando os pais que levam as crianças para as escolas em suas conduções, muitos não respeitam as leis de trânsito, ora cruzando as ruas onde há sinalizações proibindo, ora estacionando em filas duplas ou triplas. As crianças aprendem rapidamente que não necessitam adotar atitudes de disciplina para as regras existentes.

Todos sabem que a educação não começa nas escolas, mas os exemplos dados pelos país são importantes nos comportamentos das crianças. Tudo isto resulta numa eficiência muito baixa da educação dada nas escolas, pois os professores acabam perdendo tempo com as disciplinas, além de contarem com muitos afazeres burocráticos.

Absorvendo o que é feito em outros países com dados mais favoráveis, parece possível melhorar estes resultados. No Japão, por exemplo, os pais necessitam ajudar voluntariamente na disciplina dos alunos no seu caminho para cotidiano para a escola. E também são incutidos os valores ensinados por Confúcio, como respeito aos professores, aos pais e aos mais idosos.

Outros dados estão indicando que o adequado preparo dos professores com treinamentos melhoram sensivelmente os resultados, como também está se observando em alguns municípios e estados brasileiros. Até o que parece difícil de ser modificado está sofrendo transformações, inclusive nas localidades que são consideradas menos privilegiadas do ponto de vista econômico.

Estas pesquisas precisam merecer a atenção dos educadores, bem como dos país, que devem estar interessados nos resultados obtidos pelos seus filhos.

Uma parte destes dados das pesquisas podem ser obtidos no http://www.valor.com.br/brasil/3894196/brasil-e-campeao-em-mau-comportamento-na-aula-indica-pesquisa-da-ocde.


2 Comentários para “Educação Que Começa no Nascimento”

  1. Renato Ishikawa
    1  escreveu às 08:21 em 6 de fevereiro de 2015:

    Eu lamento muito ler este relatorio, eu sempre afirmei a minha convicção de que o mais importante de um pais é a educação, que começa nos primeiros dias da gestação
    mesmo antes do nascimento.
    O nosso Brasil deveria ter um grande plano de educação iniciando agora com os recem nascidos, e esqueça o passado, assim daqui a 20 ou 30 anos teremos um Brasil alicerçado num povo mais preparado para
    enfrentar o mundo. Mas este plano tem que
    rigido e supra politico partidaria, que nao
    poderia ser alterado por uma simples lei
    ou coisa parecida.
    Assim comecemos agora com a educaçao dos futuros pais, e continuar com a criança
    recem nascida e oferecer uma oportunidade
    de se educar ate faculdade.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 10:34 em 6 de fevereiro de 2015:

    Caro Renato Ishikawa,

    Obrigado pelo seu comentário. No caso dos países asiáticos houve uma forte influência da contribuição de Confúcio, que faz parte da cultura daqueles países. No caso brasileiro até que isto seja absorvido por toda a população pode demorar um pouco, mas muitos indicadores estão mostrando que está se evoluindo, na educação formal. O que parece ainda insuficiente é a consciência das famílias, desde a gestação, como V. está colocando.

    Paulo Yokota