Esforços Sino-Americanos Para as Negociações Climáticas
9 de fevereiro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Empresas, Notícias | Tags: análise do acordo sino-americano para redução das emissões de gases de efeito estufa, esperanças sobre as negociações de Paris – COP21, impacto sobre os outros países
A Vox CEPR’s Policy Portal efetua análises com base em pesquisas sobre assuntos mundiais relevantes como os esforços para a redução das emissões de gases de efeito estufa, que não vêm obtendo acordos globais.
Estados Unidos e China firmaram um acordo para redução de suas emissões de gases de efeito estufa
Embora o acordo não seja suficiente para manter o aumento da temperatura global no limite de 2º centígrados, as análises efetuadas com base em pesquisas indicam que o acordo estabelecido recentemente pelos dois países mais poluidores, os Estados Unidos e a China, podem estimular os demais países a chegar a um acordo neste ano em Paris, no chamado COP21. O acordo está na direção certa, segundo os especialistas.
A China comprometeu-se a chegar a um pico de suas emissões em 2030, se não antes. Os Estados Unidos diz que está atuando para a redução das emissões de 26 a 28% até 2025, comparado com os níveis de 2005. O acordo dos dois países produziu um impacto mundial, podendo ajudar para se atingir um acordo global até o final do ano na reunião de Paris.
As análises efetuadas da nova meta dos Estados Unidos indicam que parece estar no bom caminho para chegar ao limite de aquecimento de 2º centígrados até 2100. Ao perseguir um objetivo de redução das emissões entre 26 a 28% até 2025, os Estados Unidos terão conseguido uma redução de 16,3% nas emissões de gases com efeitos estufa sobre os níveis de 1990. Ainda assim, a meta é 30% mais baixa que da Europa para 2025.
As metas estão sendo consideradas técnicas e economicamente viáveis pelos especialistas. O Congresso norte-americano opôs-se à medida, mas o Executivo pode desenvolver um quadro de ações dentro de seu âmbito de atuação. Isto vai exigir novas tecnologias, com financiamentos para a produção de energia solar.
Na China, as metas atuais são um pouco mais ousadas que as norte-americanas, podendo ser alcançadas com a redução do crescimento econômico que está se observando. Mas as análises indicam que ainda não são suficientes para limitar-se a 2º centigrado de aquecimento até o final do século.
O esforço que vem sendo efetuado na China se torna possível com o uso da energia atômica, bem como o aumento da energia solar que está bastante agressiva, procurando reduzir o consumo de carvão. Assim se chegaria em 2030 a 20% de energia não fóssil. A meta é implantar um adicional de 800 a 1.000 gigawatts de energia eólica, solar e nuclear, até 2030, que é maior do que todas as centrais elétricas a carvão que operam atualmente naquele país.
A análise indica que: a redução das emissões não é o único componente do acordo entre os dois países. O desenvolvimento tecnológico e de preços visam impulsionar o futuro da energia limpa. Visa-se um forte esforço para a captura do carbono na China.
Ainda que não sejam suficientes para manter o aquecimento global abaixo do limite de 2º centigrado, enviam uma mensagem alentadora que não existem mais desculpas para ignorar questões de mudanças climáticas. São bases para um acordo global em Paris neste ano.
Tudo indica que tanto a China como os Estados Unidos chegaram a uma situação que não é mais suportável pela população, sendo obrigados a tomarem medidas drásticas, ainda que a resistências dos empresários e alguns segmentos políticos sejam respeitáveis. Acabam sendo exemplos para países emergentes como o Brasil.