Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Nova Política Monetária e Cambial da China

9 de março de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: análise do Nikkei sobre a nova política monetária e cambial chinesa, impacto sobre os Estados Unidos e o Japão, queda dos preços dos imóveis na China

Na reunião que está se realizando em Beijing, a cúpula do governo chinês anuncia as novas medidas de ajustes na sua política econômica que assustam os Estados Unidos e o Japão.

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Gráficos que ilustram a matéria publicada no Nikkei Asian Review sobre os dados chineses

Os chineses possuem volumosas aplicações nos títulos do tesouro norte-americano bem como elevadas reservas internacionais, que já começaram a declinar em meados do ano passado e podem apresentar problemas tanto para os Estados Unidos como para o Japão.

Os anúncios feitos em Beijing, como o do primeiro-ministro Li Keqiang, mostram que para se defenderem da política norte-americana, japonesa e europeia denominada quantitative easing, que desvalorizaram suas moedas para se tornarem competitivas com relação a outros países, como a China, está recebendo uma resposta. Com a nova política chinesa para estabilizar o crescimento de sua economia no nível de 7% ao ano, os chineses estão desvalorizando o Yuan, que no início do mês já caiu 6,3. Está havendo uma guerra cambial.

Como os chineses possuem elevadas reservas e aplicações nos títulos do tesouro norte-americano, como mostrados no gráfico, diante das dificuldades de sua economia, como expressa pelas quedas dos preços dos seus imóveis, podem acelerar a desvalorização provocando problemas no mercado internacional, afetando principalmente os Estados Unidos e o Japão.

Mas também afetam os outros países como o Brasil, que depende muito das exportações feitas para a China, tanto de minérios, cereais como algumas carnes. A desvalorização do yuan torna os produtos chineses mais competitivos, ao mesmo tempo em que suas importações acabam se reduzindo.

Ainda que o mundo espere que o papel de locomotiva que a China vinha exercendo seja substituído pelos Estados Unidos que vinha recuperando a sua economia, se os chineses acelerarem estes ajustes na sua política pode acabar abortando o que estaria acontecendo, prejudicando a economia mundial.

São questões objetivas que mostram que o chamado quantitative easing não era um santo milagre, mas somente uma mudança da competitividade das economias que o praticavam, que acabariam gerando reações naturais.