Bilionários Chineses Representados no Legislativo
3 de março de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: a importância desta presença, artigo sobre o assunto no New York Times, diferenças, mais que no Congresso norte-americano | 2 Comentários »
Os bilionários chineses estão bem representados na reunião que está se realizando em Beijing nesta semana, conforme informações do Hurun Report de Xangai,
Pony Ma, Chief Executive da Tencent Holdings, considerado como dos mais ricos na China
Um interessante artigo escrito por Michael Forsythe publicado no The New York Times, baseado nas informações levantadas no Hurun Report de Xangai (uma espécie de Forbes), esclarece que os bilionários chineses estão mais representados diretamente no Legislativo chinês do que nos Estados Unidos, onde existem mais lobbies.
Robin Li, Chief Executivo da Baidu, concorrente da Google
Ainda que o Legislativo chinês seja somente para homologar as decisões do Partido Comunista Chinês, também existem empresários que constam dos órgãos partidários. Fazer parte destes organismos faz com que estes empresários tenham circulação mais fácil entre as autoridades, servindo também como defesa de eventuais ataques governamentais as suas empresas.
Nos Estados Unidos como em outros países capitalistas, os bilionários não costumam participar diretamente do poder, mas contam com influentes lobistas e advogados, e contribuindo com recursos para as campanhas eleitorais conseguem defender os seus interesses, mas indiretamente com seus representantes.
Na China, das 1.271 pessoas mais ricas, 203 são delegados no Parlamento ou participam dos seus órgãos consultivos, e seus patrimônios chegam a somar cerca de US$ 464 bilhões, ainda que seus dados não sejam precisos, incluindo os de Hong Kong. Nos Estados Unidos, existe um rigor com relação aos patrimônios inclusive dos cônjuges de membros do Congresso, da Suprema Corte como do gabinete do presidente, mas os dados não são comparáveis. No relatório do Hurun incluem-se os bens familiares.
Na China, depois da Revolução Cultural, começou-se a escolher capitalistas para reforçar a ideia de participação dos empresários e influências do mercado. Esta participação dos bilionários, segundo estudiosos ocidentais, acaba sendo importante para acesso às autoridades e proteção contra eventuais ações governamentais.
Informa-se que dos bilionários constantes da lista do Hurun, 106 são membros da Assembleia Popular e 97 membros do Congresso Consultivo.
Qualquer sociedade com bilionários, a novidade do século XXI, é uma sociedade fadada ao fracasso, na minha humilde opinião. Enquanto o símbolo de sucesso das pessoas for o distanciamento material uns dos outros, essa civilização está fadada ao colapso. A desigualdade deveria incomodar e muito, principalmente os que mais se beneficiam dela. Há claros sinais das sociedades estarem ficando disfuncionais por conta disso.
Hugo Penteado,
Obrigado pelo comentário. A dificuldade é empreender algo de expressivo com todos nivelados, como seria desejável e ideal, mas difícil na pratica, haja visto o que acontece no Japão.
Paulo Yokota