O Novo Normal da Economia Brasileira
24 de março de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: exageradas flutuações na economia brasileira, o rating da S&P, pesquisa de opiniões sobre o governo, variações do câmbio
No difícil quadro em que se encontra atualmente o Brasil, algumas informações divulgadas pela imprensa determinam flutuações exageradas, exigindo mais cautelas nas avaliações das tendências para o médio e longo prazo.
Presidente Dilma Rousseff está com avaliação positiva de somente 10,8% dos entrevistados segundo pesquisa da CNT/MDA
Apesar do noticiário extremamente difícil para o governo nos últimos dias e hoje, o rating da agência Standard & Poor’s, uma das que divulgam regularmente a da economia brasileira, manteve-se estável no grau mais baixo que considera como de investimento. Consideraram que o ajuste que pretende ser feito pelo governo, ainda não aprovado pelo Congresso, seria suficiente e o possível no atual momento. A S&P demonstrou uma grande confiança na proposta do ministro da Fazenda Joaquim Levy, mas analistas experimentados consideram a possibilidade de que esta posição não seja unânime entre as outras que divulgam também seus ratings.
Este rating é de extrema importância para determinar o custo dos financiamentos externos para o Brasil, pois, se estivesse abaixo, muitos bancos seriam obrigados a suspender os mesmos para o país, para não violarem os critérios estabelecidos pelo BIS – Banco Internacional de Compensações.
Isto provocou, junto com outros fatores, um recuo substancial no câmbio, com o dólar norte-americano fechando em R$ 3,15, com um recuo de 4,37% em dois pregões seguidos. Apesar da divulgação da pesquisa de opinião CNT/MDA em que a presidente Dilma Rousseff foi considerada péssima ou má para 64,8% dos pesquisados, sendo positiva somente para 10,8%, a mais baixa para um mandatário do país desde o final do governo Fernando Henrique Cardoso, em outubro de 1999.
Estes fatos indicam uma exagerada emotividade nos comportamentos dos principais agentes econômicos, quer para o pessimismo ou para o otimismo. Isto vem acontecendo no mercado mundial, que passou a considerar estas flutuações como o “novo normal”. Evidentemente, existem os operadores que especulam nestes mercados ganhando nestas flutuações, antecipando-se aos usuais e normais.
Isto não contribui para qualquer economia, onde as tendências de médio e longo prazo são mais relevantes. Não seriam estas exageradas flutuações que mudariam o comportamento, quer dos exportadores como dos importadores, que necessitam de cotações médias para um período, para determinarem as competitividades dos diversos bens no mercado.
Enquanto estas flutuações forem exageradas, os riscos envolvidos seriam maiores, não gerando a confiança necessária para os operadores normais. Haveria conveniência de que a população entenda estes comportamentos, e, respeitados os seus desejos de participações nas manifestações democráticas, não acabem sendo vitimas que possam ser manipuladas por interessados nestas flutuações.