Sala São Paulo Considerada Uma das 10 Melhores no Mundo
8 de março de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: avaliação feita por Trevor Cox publicada no The Guardian, constantes aperfeiçoamentos, orgulho para os brasileiros
A OSESP – Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo vem aumentando seu prestígio internacional e a sua sede, a Sala São Paulo, acaba merecendo a atenção do mundo musical mundial, figurando entre as dez mais importantes em acústica, com uma arquitetura que permite um som brilhante.
Foto da Sala São Paulo que ilustra a matéria publicada no The Guardian
A avaliação foi feita pelo professor Trevor Cox, autor do livro “Sonic Wonderland: A Scientific Odyssey of Sound”, num artigo no The Guardian, jornal publicado em Londres. Entre salas clássicas e modernas, justificam-se as escolhas que incluem as dez mais importantes do mundo. A íntegra do artigo, inclusive com as fotos ilustrativas, está em inglês no seguinte link para os interessados: http://www.theguardian.com/travel/2015/mar/05/10-worlds-best-concert-halls-berlin-boston-tokyo .
Concert Hall, Lucena, Suíça
Este moderno auditório aberto em 1998, projetado para uma orquestra residente, rivaliza com o som das melhores salas para música erudita. Para equilibrar as contas, possui uma câmara de eco gigante que envolve o salão do lado de fora e a longa reverberação aumenta o som orquestral para virar música pop, com uma cacofonia de lama. Para órgão e música coral, as portas de acesso são abertas para produzir as características de uma catedral.
Boston Symphony Hall, Estados Unidos
Na forma de uma caixa de sapato, o professor de física de Harvard, Wallace Clement Sabine, no final do século XIX, o primeiro a realizar medições científicas como se comporta o som numa sala, é o responsável pelo seu projeto. Este Hall é considerado ainda um dos melhores para música clássica no mundo.
Bridgewater Hall, Manchester, Reino Unido
É considerado o mais isolado do mundo, onde o silêncio é importante, a ponto de seus operários não terem ouvido a histórica bomba do IRA, que destruiu praticamente todas as janelas do centro desta cidade. É sede das três mais consagradas orquestras: a Hallé, a BBC Philharmonic e Manchester Camerata.
Grosser Musikvereissaal, Viena, Áustria
É considerada por muitos a melhor sala do mundo. É a casa da Orquestra Filarmônica de Viena, que contou com a regência de maestros compositores como Brahms, Bruckner e Mahler. Quando a Filarmônica toca um crescendo arrebatador, é como se a sala brotasse para a vida. Nos trechos mais silenciosos, a música aparenta vir do palco, e, nas notas mais altas, toda a orquestra parece ampliar-se fisicamente e se percebe um tsunami de som que leva os ouvintes a todas as direções.
Berlin Philharmonie, Alemanha
Inaugurada em 1963, desenvolvido em linha com a visão socialista do arquiteto Hans Scharoun, revelou uma nova forma de arquitetura acústica: o chamado terraços dos vinhedos. Partido em blocos, pela percepção que as pessoas se reúnem em círculos para ouvir música informalmente, inspirou-se o conceito radical da música em rodadas, com um terço da audiência estando atrás da orquestra.
Christchurch Town Hall Auditorium, Nova Zelândia
O projeto de Harold Marshall usa a teoria de que um bom auditório reflete o som nas paredes para chegar aos ouvintes. Vastos painéis formam uma tenda acima do público. O terremoto de 2011 destruiu a cidade e o novo projeto deve ficar pronto em 2018.
Philharmonie de Paris, França
Citado por Arthur Nestrovski, diretor artístico da Osesp na revista OSESP de Fev/Mar 2015, a recém-inaugurada sala conta com varandas circulares e o teto suspenso como nuvens de painéis, tudo em linhas circulares. Isto visa, além do papel arquitetônico, efeitos acústicos com o que há de mais contemporâneo no conhecimento desta arquitetura.
O Sibelius Hall, Lahti, Finlândia
Concluído em 2000, seu design e ethos acústico ganharam muitos aplausos. Não se restringindo à sala, usa madeira em toda a construção, que, além de funcionar como nos violinos, acaba tendo a função de distribuir a vibração do som por todo o espaço.
Tokyo Opera City Concert Hall, Japão
O teto forma uma pirâmide distorcida coberta de formações de madeiras complexas. Na sua inauguração, o violoncelista Yo-Yo Ma considerou que a sala possui a melhor acústica entre todas em que tocou.
Sala São Paulo, Brasil
Todos sabem que uma estação ferroviária adequada foi adaptada para ser a sede da Osesp, com as dimensões das melhores salas do mundo. As colunas originais foram preservadas e o teto móvel, nas suas diversas partes, ajuda na mudança da acústica, dependendo se a orquestra está executando uma música barroca ou romântica. A plateia principal fica abaixo da orquestra, sendo o mezzanino, que conta com a melhor visão e som geral, que utilizo regularmente. Continua sofrendo pequenas melhorias, educando seus frequentadores para um comportamento adequado durante o espetáculo. Seu ar-condicionado não tem um controle perfeito e o sistema de som para pronunciamentos e vídeos para informações não são ainda os melhores disponíveis no mundo. A sala comporta grandes orquestras e coros com muitos componentes, mostrando que a combinação da Osesp com a sua sede é de fundamental importância, como nos outros locais selecionados nesta lista. Combina atividades de música erudita até com os populares finos, e dedica-se ao relacionamento com o grande público, com funções educacionais.