Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Shinzo Abe Pressionado Sobre Problemas com Vizinhos

10 de março de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: acomodação dos problemas com a China e a Coreia do Sul, declarações sobre os 70 anos do fim da guerra, pressões internas e externas

clip_image001Problemas dos japoneses relacionados com a Segunda Guerra Mundial que incomodam países vizinhos pressionam o premiê que pediu sugestões sobre o tom a ser usado no pronunciamento dos 70 anos.

 

Shinichi Kitaoka, presidente do International University of Japan

O primeiro-ministro Shinzo Abe solicitou à população japonesa sugestões sobre o tom que deveria ser utilizado no seu pronunciamento dos 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. Para a surpresa de todos, Shinichi Kitaoka, presidente da International University of Japan, um notável acadêmico sobre diplomacia e política, apresentou no Asahi Shimbun uma posição que o premiê deveria reconhecer que nos anos 1930s e 1940s o Japão agrediu a China, quando a posição oficial japonesa é de que se tratava de uma autodefesa. É uma inusitada pressão interna do Japão sobre o assunto, principalmente porque ele era considerado um assessor de Shinzo Abe, pois acatou uma sugestão de um painel que contava com a sua participação, sobre a revisão da Constituição pacifista do Japão.

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Angela Merkel, que está visitando o Japão

De outro lado, a chanceler Angela Merkel instou o Japão a resolver a controvérsia sobre as “mulheres de conforto” que tanto irrita os chineses como os sul-coreanos. Normalmente, autoridades estrangeiras não costumam apresentar sugestões sobre problemas que afetam as relações de países vizinhos, ainda que as alianças no Extremo Oriente sejam de interesse de todo o mundo.

Sabidamente, estes problemas são delicados para os japoneses que desejam um clima mais amistoso com os seus vizinhos, mas as dificuldades ocorridas durante a Segunda Guerra Mundial, mal resolvidas até hoje, não facilitam entendimentos mais intensos.

Para quem acompanha estas démarches, estes dois fatos agudos levam a desconfiança de que algo está ocorrendo nos bastidores que influenciam a política externa japonesa.