A Difícil Arte da Política Internacional
22 de abril de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: aproveitando a reunião em Jacarta, o teatro das aproximações, os relacionamentos da China com o Japão | 2 Comentários »
As duas maiores economias asiáticas, a China e o Japão, continuarão a incrementar seus relacionamentos econômicos e comerciais, mas fazem um teatro sobre as aproximações políticas.
Foto da Associated Press, que ilustra matéria publicada no site da Wall Street Journal
Ainda que a China e o Japão continuem sendo os maiores parceiros comerciais do mundo, existem razões de política interna em ambos os países que exigem cautelas nos atos que podem indicar suas políticas internacionais. O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe está sendo pressionado no Japão para reconhecer erros cometidos durante a Segunda Guerra Mundial, quando muitos abusos foram cometidos contra seus vizinhos, notadamente a China e a Coreia. Inclusive os delicados problemas das escravas sexuais que foram oficialmente adotadas pelo exército japonês, além de outros graves problemas, como o massacre de Nanjing. Estes problemas ainda repercutem até hoje nas disputas como das ilhas Senkaku/Diaoyu.
Por ocasião da próxima comemoração dos 70 anos do término da Segunda Guerra Mundial, Shinzo Abe lamenta equívocos que teriam ocorrido, revelando remorso, mas não vê razões para a renovação de desculpas que já teriam sido feitas por outros primeiros-ministros japoneses. Os chineses e os coreanos apreciariam declarações mais fortes, como as renovações das desculpas, que contraria as posições da direita japonesa.
Aproveitando a presença de ambos os mandatários na reunião de cúpula de Jacarta, realizou-se um encontro paralelo entre o Japão e a China, reafirmando-se que ambos ajudariam os países asiáticos e africanos, visando uma estabilidade na região. Estas reuniões estão sendo renovadas em todas as oportunidades, mas não há demonstrações externas de maior entusiasmo.
O Japão vem resistindo à adesão ao AIIB – Asian Infrastructure Investment Bank, liderado pela China e que recebeu uma filiação surpreendente de muitos países, inclusive aliados tradicionais dos Estados Unidos na Europa e no Pacífico. Por sua vez, o Japão vem controlando o ADB – Asian Development Bank, que é algo como o BID para a América Latina, e ambas as organizações devem cooperar pela fome de melhoria da infraestrutura em todo o mundo.
Xi Jinping vem aproveitando o sucesso da AIIB para enfatizar o amplo programa da nova Rota da Seda, tanto territorial como pelo mar, que deve intensificar o intercâmbio da Ásia com a Europa. Todos reconhecem que existem problemas de estratégia geopolítica em todas estas iniciativas, com o aumento da importância mundial da China.
Na realidade, a forte aliança do Japão com os Estados Unidos está cada vez mais sendo colocado em xeque pelo aumento da importância econômica e política da China, que vem usando suas reservas internacionais para uma política externa mais agressiva em todo o mundo, que gera preocupações em diversos países.
Todos os passos que estão sendo tomados são cautelosos para não acirrar as resistências internas existentes em todos os países.
Um destaque bastante oportuno para o momento em que discute as agendas mais relevantes para este seculo . O passado ninguem pode consertar mas podemos aprender muito com ela desde que possamos olhar com isencao os fatos e acontecimentos ,atrocidades ocorreram em Guerras internas e externas em busca da hegemonia territorial e energetica . E hora das potencias economicas e populacionais mudarem o foco para a construcao de uma nova ordem economica e social baseado em novo conceito do ` Capitalismo Responsavel ` com foco na sustentabilidade e humanizacao da socidade.
Caro Herberto Macoto Yamamuro,
Obrigado pelo seu comentário.
Paulo Yokota