Assustador Pragmatismo Asiático
19 de maio de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: AIIB com sede em Jacarta, designação do presidente do New Development Bank, indiano KV Kamath atuando com sede em Xangai | 2 Comentários »
Ainda que os chineses tenham suas diferenças com os indianos, inclusive de disputas fronteiriças, o premiê da Índia Narendra Modi foi recebido na China com um tratamento de grande consideração, e outras decisões demonstram um grande pragmatismo, mostrando que estes dois gigantes asiáticos consideram prioritário seus interesses econômicos e comerciais, relevando as diferenças políticas.
KV Kamath, novo presidente do New Development Bank (do BRICS) que atuará com sede em Xangai
Os dois países mais populosos do mundo, cujas economias também estão tornando-os mais importantes internacionalmente, estão atuando de forma pragmática para consolidar suas relevâncias econômicas e comerciais, ainda que tenham suas diferenças políticas, inclusive com disputas de fronteiras.
O novo presidente do New Development Bank, formado pelos países BRICS, inclusive o Brasil, será o indiano KV Kamath, que, diferindo de outros formados em universidades ocidentais, estudou engenharia na própria Índia, com pós-graduação em administração de empresas. Veio trabalhando num banco privado do seu país, o ICICI Bank, e também importante fornecedor de serviços de TI – Tecnologia de Informação, tendo trabalhado no ADB – Asian Development Bank (comandando pelos japoneses), onde conheceu outros países emergentes da região.
Este novo banco terá sede em Xangai, enquanto o outro banco liderado pela China, o AIIB – Asian Infrastructere Investment Bank, que recebeu o apoio de 57 países de todo o mundo, terá sede em Jacarta, na Indonésia. O que parece é que os asiáticos estão querendo mostrar que a exagerada concentração em Washington e Nova York para organismos internacionais não é a mais conveniente, havendo possibilidade para burocratas de outras regiões, inclusive de países emergentes.
Como não se conseguiu até agora que organismos internacionais relevantes tivessem participações que não fossem somente dos países industrializados, estes novos que estão sendo criados procuram promover uma descentralização nos seus comandos. Acabam refletindo a realidade de um mundo globalizado, onde as relações de poder estão se alterando, o que não se consegue nos organismos tradicionais.
A esperança é que haja uma demonstração de maior eficiência, pois todos os países estão reclamando dos elevados custos destas entidades, com uma burocracia exagerada, com os interesses das operações voltados aos fornecimentos de países industrializados. Espera-se que as decisões sobre os projetos que serão contemplados sejam determinadas pelos seus retornos e significado geopolítico, dentro dos objetivos de promoverem o desenvolvimento de países que até agora estavam marginalizados.
Prezado Paulo Yokota,
Isso me lembra de como a competição é saudável e que traz de alguma forma mais eficiência. Cria nas pessoas, organizações e instituições sair do acomodamento.
Faz a gente pensar e agir.
Abs
Frank Honjo
Caro Frank Honjo,
Obrigado pelo comentário.
Paulo Yokota