Valor Econômico Procura Ver Variados Ângulos do Brasil
8 de maio de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: artigo no Eu & Fim de Semana, empresário Reginaldo Ferreira da Silva, também conhecido como Ferréz, uma visão da periferia de São Paulo | 2 Comentários »
É muito raro encontrar uma matéria nos grandes jornais brasileiros sobre o que ocorre na periferia de São Paulo, como o bairro de Capão Bonito, no sul da Capital.
Ferréz, autor de oito livros sobre a periferia de São Paulo, também empresário da griffe 1Dasul
No suplemento Eu & Fim de Semana do jornal Valor Econômico, a jornalista publicou um artigo sobre o escritor e rapper Ferréz, autor de oito livros e também empresário de uma loja com sua grife 1Dasul, que existe na periferia sul de São Paulo, no bairro de Capão Bonito. É raro encontrar um artigo como este num grande jornal brasileiro, pois a periferia encontra mais espaços com suas criminalidades e seus outros problemas de insuficiência da presença de serviços para seus habitantes.
Os seus livros se concentram nos assuntos relacionados com a periferia, mas a matéria começa por enfatizar os reclamos do pequeno empresário de confecções que sofre com a concorrência de contrabandos do exterior que não pagam os impostos devidos. Ele afirma que o fabricante de uma camisa polo lhe entrega por R$ 48 e ele precisa vender por R$ 100, quando a chinesa é vendida por R$ 30. Mas sua grife diferenciada ainda encontra poucos compradores.
Ele pode se comportar como um integrante da classe média alta, tem convênio de saúde privado, as escolas de sua filha são particulares como a sua segurança também. Mas os assuntos dos seus livros e suas discussões são sobre a população que apanha da polícia. Ele mesmo já foi envolvido como apologista do crime por escrever sobre o roubo de um Rolex do Luciano Huck.
O faturamento de sua loja em 2014 reduziu-se a 80% do que conseguia há três anos, mas continua mantendo seis funcionários. A linguagem é o que ele consegue captar nesta periferia, com as incorreções naturais da população local.
Teve que encerrar uma loja no Centro de São Paulo, porque a etiqueta não atendia detalhes e foi multado, quando seus concorrentes vizinhos trabalhavam com contrabandos que não eram fiscalizados.
Ele é filho de motorista e empregada doméstica, exerceu diversas atividades até abrir a sua loja, onde os consumidores se sentiam constrangidos em frequentar um shopping center. Sua marca reproduz a luta dos que moram na periferia, mas se assemelha aos de alta grife para que sejam aceitos como semelhantes.
Periferia onde existe muita solidariedade humana
Por incrível que pareça, os preços precisam ser altos, não somente pelo custo por serem artesanais, mas também por que os baratos são considerados ordinários. Está procurando se concentrar nas atividades de escritor, mas tem uma solidariedade com o bairro, pois conta com fornecedores locais, sustenta uma ONG para 75 crianças, patrocina quermesses, saraus e festivais de skate.
Aliás, estas atividades sociais que se multiplicam na periferia deveria merecer maior atenção da imprensa, principalmente aquelas que estão cansadas do destaque nos problemas, e procuram garimpar o que acontece de positivo entre os habitantes destas regiões.
Reginaldo Ferreira representa o tipico caso de inversao de valores que a sociedade brasileira impoe aos empresarios . A falta de incentivo aos pequenos empresarios que investem , arriscam , procuram agregar valor no produto e em paralelo intelectuariza e desenvolve atividade filantropica . Alem de amparo total ao seu empreendimento ainda sofre a concorrencia de atividades ilicitas que nao sao compatidos apesar de estar mais do que em dia com a sua ocntribuicao fiscal com as autoridades.
Caro Herberto Macoto Yamamuro,
Obrigado pelo seu comentário.
Paulo Yokota