Absorvendo o que é bom do Bentô
11 de junho de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Gastronomia | Tags: alguns inconvenientes., aspectos práticos, suplemento Paladar do Estadão | 2 Comentários »
Como explicado no suplemento Paladar do Estadão, os japoneses usam o bentô, uma caixa com uma refeição para as mais variadas finalidades, sendo prática para as viagens. Também contam com versões que são utilizadas em muitos restaurantes, mas acabam disseminando um hábito de refeições muito rápidas.
Capa do suplemento Paladar do Estadão
Os ingredientes de um bentô podem ser desde os mais sofisticados até os mais simples, e como são preparados com antecedência não costumam ser quentes e podem ser mantidos por algumas horas sem estragar. Acabam contendo todos os ingredientes necessários para uma refeição rápida, evitando-se os materiais crus como o sashimi ou sushi, mas peixes fritos. Tendem a ser fast-foods.
Minhas primeiras lembranças são os volumosos bentôs preparados pela minha mãe, que atendiam todos os jogadores de beisebol de uma equipe. Como ela tinha aprendido a culinária japonesa no seu país de origem, sabia incluir alguns ingredientes que não eram comuns entre os imigrantes japoneses no Brasil, e os picles japoneses (conhecidos como tsukemono) eram preparados caseiramente por ela, diferenciando-se dos mais comuns.
Era comum incluir os chamados oniguiris, bolos de arroz que podiam ser simples somente com um pouco de sal, como de verdadeiros risotos com outros componentes.
O abuso do uso do bentô durante os períodos de intenso trabalho dos japoneses tornaram o seu uso comum nas reuniões nas empresas ou organizações de qualquer natureza, sendo servido somente com um chá quente. Não é um costume saudável, pois as refeições acabam sendo rápidas demais, ao mesmo tempo em que se misturam preocupações relacionadas com os objetos principais destas reuniões, ainda que práticos.
O suplemento Paladar informa sobre muitas alternativas, desde os elaborados por chefs renomados como Shin Koike, mostrando que podem ser apresentadas nas mais variadas formas, podendo ser agradáveis aos olhos. As caixas utilizadas, normalmente, permitem que muitas possam ser sobrepostas, sendo fáceis de serem transportadas.
Nunca entendi o fascínio dos japoneses pelo bento. No passado se explica por as viagens serem longas e a dificuldade de encontrar alimentos no local de destino, ou durante a viagem, etc. O uso de marmita é mundial, mas na atualidade, com os alimentos industrializados, não faz muito sentido, me parece no caso do Japão, que seja mais um costume que passa de geração para geração. Geralmente os mais velhos, são aqueles que mais vejo comprando bentos nas estações, por exemplo, não vejo jovens comprando. Com certeza é um negócio que gera muitos empregos.
Carlos Frederico,
Obrigado pelo comentário. Acredito que existe uma tradição decorrente do passado, quando o tempo era muito limitado e havia que se aproveitar todo o disponível para fazer o que era necessário. Sempre existiu o costume de fazer uma refeição mais rápida, sendo o jantar, normalmente, o mais demorado. Assim, se consome muito o udon, o soba e o ramen, até em pé. Par o sushi mais barato costuma haver fila, e o bentô é aproveitado até para as reuniões.
Paulo Yokota