Avanços na Reunião do G-7
9 de junho de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: a reunião do G-7 na Alemanha, indicações críticas, metas e mecanismos objetivos., objetivas decisões para reunião de Paris em dezembro próximo
Apesar do G-7, reunindo os países mais desenvolvidos do mundo, não ter mais o poder que tinha no passado, o encontro realizado na Alemanha parece dar indicações de que eles podem contribuir para o êxito da reunião das Nações Unidas para o clima, prevista para Paris em dezembro próximo.
Reunião do G-7 na Alemanha
Depois de muitos fracassos, os principais representantes dos países desenvolvidos decidiram acatar as recomendações dos cientistas relacionados com o clima, estimulando os participantes da próxima reunião de dezembro em Paris, promovido pelas Nações Unidas. Espera-se a assinatura de um acordo climático global, que leve o mundo a uma redução das emissões de gases estufa. Seria o reconhecimento das evidências que comprovam a existência de um aquecimento insustentável.
Muitos representantes de entidades preocupadas com a sustentabilidade entendem que as decisões tomadas, ainda não definitivas, são avanços significativos, mesmo que as metas tenham uma margem de reduções entre 40 e 70%, o que é muito amplo para 2050 com relação ao observado em 2010. Também ainda não estão claros os aportes de recursos de cada país, para que os emergentes e em desenvolvimento tenham condições de reduzir seus danos.
Parece que todos estão convencidos das irregularidades climáticas que estão comprometendo o mundo e tendem a piorar na atual evolução. As geleiras estão se reduzindo, as correntes marítimas estão se aquecendo e as irregularidades climáticas parecem estar de agravando. Houve uma série de compromissos assumidos nas últimas décadas que não foram cumpridas, mas sempre há uma esperança que todos estejam se tornando sensatos, diante dos desastres em curso.
Personalidades enfronhadas no assunto, como Jennifer Morgan, diretora do programa global de clima do WRI, um think-tank norte-americano, e Martin Kaiser, chefe de política de clima do Greenpeace, admitem que Angela Merkel e Barack Obama tiveram condições de superar algumas restrições existentes. Mas ainda não estão definidos os instrumentos operacionais que permitam chegar a estas metas.
É evidente que é preciso dar espaço para a China, hoje considerada a maior poluidora, para se atingir em 2030 o pico máximo, para começar a declinar no futuro. Também no resto do mundo ainda está se abusando do uso do petróleo, do carvão e outras fontes poluidoras de energia, sendo indispensável que sejam substituídos por outros não poluentes como os eólicos e solares, ainda de custos mais elevados. Até a totalidade ao fim deste século.
A esperança é que as tecnologias não poluentes tenham maiores espaços para se tornarem rentáveis, fazendo com que o mercado ajude a conseguir as metas estabelecidas pelas autoridades. É preciso entender que os governos não dispõem do total controle da situação, podendo somente criar as condições para tanto.
Países como o Brasil terão que eliminar completamente os danos sobre suas florestas e matas, além de acelerar a redução da geração de energia poluente, como o uso de derivados do petróleo para os veículos ou gerações de energia elétrica. São mudanças radicais e somente medidas extremamente duras poderão permitir o atendimento das possíveis metas. Mas elas são necessárias para o futuro do planeta.