Avanços no Livre Comércio no Extremo Oriente
1 de junho de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: China e Coreia do Sul assinam acordo de livre comércio, futura inclusão do Japão, quase a totalidade dos produtos, reduções das tarifas de importação nos próximos 20 anos
A China e a Coreia do Sul assinaram um acordo bilateral de livre comércio, o maior que os chineses firmaram em termos de volume. Nos próximos 20 anos, a China eliminará as tarifas de importação de 91% de todos os produtos provenientes da Coreia do Sul, que também efetuará com 92% dos oriundos da China.
Xi Jinping, da China, e Park Geun-hye, da Coreia do Sul, estabeleceram as bases para o acordo bilateral de livre comércio
Nesta segunda-feira, os ministros de Comércio da China, Gao Huecheng, e da Coreia do Sul, Yoon Sang-jick, assinaram o acordo. Incluem também os serviços de saúde pública, entretenimento, investimento como regras de e-comércio e demandas governamentais. Os acordos ainda dependem das aprovações dos Parlamentos de ambos os países.
Os dois ministros trocaram ideias sobre a extensão do acordo em termos trilaterais com o Japão, além de um acordo regional de parceria econômica (RCEP – Regional Comprehensive Economic Partnership), que seria multilateral, incluindo a China, a Coreia do Sul, o Japão e mais 10 países do ASEAN, bem como a Índia, a Austrália e a Nova Zelândia. O Japão, notadamente, terá que acelerar seus entendimentos, pois a China é o seu maior parceiro comercial.
Isto representa também um desafio para o TPP – TransPacif Partnership, que tem a iniciativa dos Estados Unidos. Como os chineses e sul-coreanos são ágeis e conseguiram concluir este acordo, que começou a ser discutido em maio de 2012, acelerado com a visita de Xi Jinping a Seul em julho de 2014, os demais países da bacia do Pacífico terão que apressar seus entendimentos.
Também significa que o Brasil e os demais países do Mercosul terão que se empenhar nos acordos de livre comércio, pois aqueles países que estiverem fora dos mesmos terão menores capacidades competitivas, notadamente porque os acordos globais no âmbito da OMC, como a rodada Doha, não conseguem deslanchar.