Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Brasil Eliminado da Copa América Sem Surpresa

28 de junho de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: dificuldade de aprender as lições da Copa do Mundo, os problemas do futebol brasileiro, outras categorias., técnico sem qualificação

clip_image002Para muitos brasileiros amantes do futebol, a eliminação da seleção brasileira na Copa América não foi uma surpresa. Não aprendemos as lições da Copa do Mundo e continuamos insistindo num futebol do século passado, quando seria o esporte que poderia ajudar o Brasil ser destacado no mundo para muitas outras finalidades, inclusive comerciais e políticos.

Dunga é técnico da seleção para provocar a renovação necessária?

Já faz algum tempo que os amantes do futebol observam o Brasil não é competitivo sequer com os países que melhoraram suas formar de jogar nas últimas décadas, e que podem ser considerados meramente regulares em qualidade. A humilhante derrota para a Alemanha na última Copa deveria provocar uma renovação, mas os dirigentes optaram pelo comando de Dunga como técnico da seleção, que é um cargo emblemático para as outras categorias. Muitos países estão melhorando com o uso de técnicos consagrados no exterior.

Dunga se destacou como um capitão violento de entradas duras na seleção e pelo que se conhece não efetuou nenhum curso para se tornar um técnico, que exige um preparo mínimo como conhecimento de estratégias e técnicas, além eo preparo físico e técnico. Sequer foi auxiliar nesta função e não dirigiu nenhuma equipe onde pudesse demonstrar algum talento para a função. Foi guindado misteriosamente para técnico da seleção principal sem nenhuma comprovação de sua qualidade, o que dá espaço para suspeitas de outros interesses, como o prestígio de alguns jogadores para melhorar suas cotações no mercado.

É natural que a equipe que ele dirige procure repetir as suas qualidades, que são marcadas pelas durezas nas suas atuações, tendo como marca principal as entradas violentas, inclusive com revides evitáveis. Suas lamentáveis declarações à imprensa demonstram seu despreparo e sua opção pelo jogo duro. Muitos jogadores da seleção cometem faltas desnecessárias e não nos destacamos sequer pela técnica para superar a escassez de talentos, que só pode ser conseguido pela persistência nos treinamentos, procurando absorver o que se pratica de bom o futebol mundial. Alguns jogadores brasileiros adquiriram habilidades especiais nas cobranças de faltas, pelo aumento dos seus treinamentos.

Quando não se conta com o Neymar, que pode ficar afastado das partidas por punição ou contusão, existe quase uma unanimidade na crítica que não contamos com alternativas razoáveis. Não temos um padrão de jogo que pode ser seguido por um eventual substituto. Corremos o risco de não participar de uma Copa do Mundo pela primeira vez.

Quase às vésperas da competição qualificatória para a próxima Copa do Mundo, continuamos com uma seleção que aparenta um aglomerado de jogadores que não se destacam para fazerem jus à seleção. Longe de formar uma equipe, estão espalhados pelo mundo, só se reunindo eventualmente, sem tempo para o necessário treinamento para formar um grupo coeso.

O mesmo padrão, infelizmente, se repete nas categorias inferiores, onde na sub 20 também não conseguimos o campeonato, deixando que o aumento do risco de derrota ocorresse. Até na categoria feminina parece que só existe boa vontade, sem que os esforços sejam sistemáticos, quando outros países estão melhorando de forma organizada.

É preciso insistir que o futebol é um esporte que serve como um instrumento estratégico para a promoção do Brasil no mundo. O esporte serve como instrumento comercial, econômico e até político, como se comprovou com o uso do tênis de mesa para promover contatos com a China, que estava isolada de uma parcela importante do mundo.

É um crime deixar que esta atual situação perdure no futebol, com uma tendência dos brasileiros começarem a admitir ser mais que natural o Brasil perder até no futebol.