Multiplicam-se Candidatos Para o Comando da FIFA

5 de junho de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias, Política | Tags: amplas experiências políticas em atividades internacionais., não basta conhecer o esporte ou ter boas intenções, subestimando as dificuldades | 2 Comentários »

Os noticiários nacionais e internacionais citam diversos potenciais candidatos ao comando da FIFA, inclusive brasileiros mundialmente famosos pelas suas atividades futebolísticas. Mas parece que seriam desejáveis também conhecimentos de política internacional que são exigidas quando se atua nestes organismos mundiais, mesmo que sejam privados, e outros das dinâmicas dos interesses envolvidos.

Ainda que muitos tenham boas carreiras como jogadores de futebol e tenham profundos conhecimentos do esporte, aparentam certa ingenuidade pensando que este cabedal mais a boa vontade seriam suficientes para administrar entidades de alta complexidade como a FIFA.

Quem já teve a oportunidade de se relacionar com entidades internacionais semelhantes, sabe dos interesses de toda a ordem, notadamente política, mas que também envolvem patrocínios volumosos de grandes empresas e exige pouco mais de experiência. Nestes tipos de atividades, que se tornam mais complexos quando envolvem muitos países desiguais fortemente interessados em suas decisões, costumam aparecer também interesses de componentes da burocracia. Além de política, que já é de grande complexidade, seria desejável um mínimo de conhecimento do que se chama hoje de “antropologia organizacional”, que facilita conciliarem interesses divergentes de muitos grupos organizados que costumam estar enquistados nestas organizações.

Tudo indica que a campanha para se obter o comando da FIFA será longa e envolverá também composições de variados segmentos para conseguir a maioria de um grande número de países com pouca expressão futebolística. Não é por acaso que envolvia muitos recursos e corrupções, o que exige também conhecimentos do que se chama hoje de “complience”, que é uma técnica para evitar distorções de interesses. Muitos podem pensar que estas habilidades podem ser contratadas, mas até para isto se torna necessária habilidades administrativas-políticas que necessitam ser acumuladas por longos períodos de experiência, ao lado de valores morais que parecem ter sido esquecidos com muitas reeleições.

No fundo, há necessidades de equipes organizadas que tenham sido formadas em entidades semelhantes ao longo de muito tempo para um desempenho razoável, até para os propósitos que inspirem os candidatos.