Novas Concessões Brasileiras Para a Infraestrutura
30 de junho de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: dificuldades para os interessados, incertezas da economia brasileira, insuficiência de financiamentos., suplemento setorial do Valor Econômico
O jornal Valor Econômico publicou um suplemento setorial sobre a infraestrutura, cuidando das novas concessões que estão cogitadas pelo governo brasileiro. No entanto, as incertezas da economia brasileira, somadas às dificuldades de financiamentos, despertam pouco interesses dos potenciais concorrentes.
Capa do suplemento Valor Setorial do Valor Econômico
Os problemas atuais da economia brasileira não permitem que recursos orçamentários ou financeiros sejam voltados para os projetos de infraestrutura necessários, mesmo com as concessões que visam a participação do setor privado. Os grupos mais importantes estão atingidos pelas investigações, como do Lava Jato, contando com poucas disponibilidades de recursos próprios. Existem dificuldades de todas as ordens, principalmente com a falta de projetos detalhados, além das licenças ambientais que são demoradas. Mas são as incertezas as mais inibidoras que acabam resultando em custos mais elevados, além da falta de financiamentos como os que eram concedidos pelo BNDES. Os juros estão elevados no mercado que também conta com a retração dos vindos do exterior.
Existem problemas de suprimento de energia, abastecimento de água, melhoria das rodovias, ferrovias e portos, projetos de comunicação e muitos outros que contam com mercados adequados. Mas os empresários estão retraídos diante dos riscos envolvidos, pois há um clima de incerteza no ar.
O Ministério do Planejamento está listando projetos que somam R$ 198,4 bilhões e as licitações poderiam estimular médios grupos que tendem a substituir os grandes, mas para chegarem a ser poderosos necessitam de grandes suportes governamentais, como sempre ocorreu no passado. Sem um plano confiável de longo prazo, os caminhos que deverão ser seguidos pela economia brasileira acabam ficando mal definidos.
Muitos grupos tendem a se aventurar no exterior, onde as certezas são maiores, possibilitado retornos menores, mas mais seguros. Ainda que em longo prazo todos reconheçam as potencialidades da economia brasileira, muitos se sentem mais confortáveis aguardando a consolidação das novas tendências.