O Pessimismo dos Executivos Brasileiros
16 de junho de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: artigo publicado pelo Estadão, comparações internacionais, emotividade., razões locais
Uma pesquisa efetuada pela Fundação Getúlio Vargas, Duke University e CFO Magazine informa que os executivos brasileiros estão entre os mais pessimistas do mundo.
Tabela que ilustra matéria no Estadão
O artigo de Luiz Guilherme Gerbelli, publicado no Estadão, reflete o que está acontecendo na economia brasileira, com um quadro recessivo que deve prosseguir no mínimo até o próximo ano, uma inflação elevada e a perda de competitividade internacional, somadas às dificuldades do Executivo com o Congresso Nacional.
Mesmo o ajuste econômico enfrenta dificuldades e o governo não consegue articular uma visão de prazo mais longo que estimule os empresários. Existe uma falta de confiança mesmo nas afirmativas do governo, gerando um clima de incerteza que não estimula os investimentos indispensáveis para a recuperação da economia.
Mesmo que o governo anuncie muitas licitações para obras de infraestrutura, sem uma confiança não parece que os empresários sejam capazes de tomar os riscos, com todas as dificuldades para financiamentos e superação dos naturais obstáculos existentes no Brasil.
Os dados da pesquisa mostram que os asiáticos estão entre os mais otimistas, mesmo que o quadro mundial não esteja muito brilhante, provocando até a redução do crescimento chinês. Os Estados Unidos tendem a recuperar-se, mas também enfrentam as incertezas de uma eleição presidencial, onde o quadro não se torna muito claro.
Na Europa, a Grécia continua gerando dificuldades, apesar dos esforços alemães para manter a austeridade. Na América Latina e na África também existem incertezas, ainda que não sejam tão graves como as do Brasil.
Como todos se encontram no mundo globalizado, onde os estímulos de crescimentos vigorosos não estimulam os demais países, acaba se ficando com um quadro mais pessimista. Ainda assim, o pessimismo brasileiro parece exagerado, ajudado por uma mídia que dissemina mais os pontos críticos, não conseguindo ressaltar mesmo os aspectos mais positivos como os que se observam na agropecuária e no desenvolvimento do interior brasileiro.
Parece existir certo masoquismo, confundindo as objeções ao atual governo com o que pode acontecer no país, que ,apesar de todas as dificuldades, ainda conta com uma população ativa, recursos naturais abundantes e condições de recuperação depois de efetuados os ajustes necessários.