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Superficialidade nas Críticas às Ações Governamentais

12 de junho de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: exemplo sobre a ação do BNDES nas operações externas, ignorados os benefícios para o Brasil., irracionalidade nas críticas aos muitos erros governamentais | 1 Comentário »

clip_image002Não há dúvidas que existem muitos erros cometidos pelo governo, mas, na ânsia de críticas, muitas manifestações oposicionistas sem análises mais profundas acabam se posicionando até contra os interesses nacionais.

Sede do BNDES

Todos sabem que existem muitos erros cometidos pelo governo, mas as críticas deveriam ser efetuadas com mais cuidado, pois até as operações positivas estão sendo condenadas por muitas vozes contrárias, misturando alhos com bugalhos, comprometendo instituições importantes para o desenvolvimento nacional como o BNDES, talvez pelo exagero no seu uso recente em operações de duvidosos benefícios. No Congresso, está se exigindo a divulgação das condições, inclusive das operações daquela instituição feitas no exterior, o que acaba beneficiando os concorrentes de outros países que podem cobrir as nossas ofertas. Em vez de ajudarem a promover as nossas exportações, estas críticas podem beneficiar as exportações de outros países.

Muitas operações efetuadas estão sendo consideradas como se visassem beneficiar grandes grupos brasileiros, quando está se propiciando a oportunidade para muitos pequenos e médios fornecedores nacionais conseguirem exportar seus produtos e serviços para projetos em outros países, ajudando a criar empregos no Brasil. A coordenação do projeto pode estar sendo feita pelas grandes empresas brasileiras. De outra forma, estes fornecimentos acabariam beneficiando nossos concorrentes externos.

O caso da Odebrecht, que disputou em venceu grandes licitações de obras na Europa e nos Estados Unidos, competindo com grupos locais e internacionais, deve orgulhar todos os brasileiros com uma empresa brasileira que se tornou multinacional e cuja maior parcela das receitas provem do exterior. Sua competência não pode ser colocada em dúvida, como os seus valores morais, pois estão sendo postos à prova nos países desenvolvidos, extremamente rigorosos nas suas avaliações.

A maioria dos países dispõe de instituições para ajudar a aumentar as suas exportações para projetos em outros países. Elas multiplicam as atividades em suas economias, alavancando o seu desenvolvimento. Os recursos utilizados nestas operações nem sempre podem ajudar suas economias locais tanto quanto estas exportações. Os países que são atendidos por operações como do BNDES fomentam relacionamentos diversos com o Brasil, que acabam sendo estratégicos.

Países concorrentes do Brasil contam com instituições semelhantes para apoiarem suas economias, como vem fazendo em volume maior do que podemos realizar, notadamente entre os países desenvolvidos.

Ninguém pode imaginar que outros países que financiam projetos no Brasil não estejam visando seus interesses. Eles fomentam suas exportações e, se possível, contam com fornecimentos de matérias-primas que lhes interessam para serem utilizados nestes projetos. Até organismos internacionais ajudam programas que proporcionem vantagens econômicas para países fornecedores dos recursos que utilizam.

Como neste caso do BNDES, outras críticas pouco racionais estão sendo intensamente divulgadas, sem análises mais criteriosas. Acabam sendo meras ações políticas compreensíveis, mas sem fundamentos econômicos. Parece que tudo isto exige reflexões quando se pensa nos interesses nacionais.


Um comentário para “Superficialidade nas Críticas às Ações Governamentais”

  1. Kazuhiro Kurita
    1  escreveu às 09:11 em 12 de junho de 2015:

    Belo artigo. Equilibrado, esclarecedor.