Com o Ocidente Enfrentando Problema, a China Avança
6 de julho de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: artigo do Washington Post reproduzido no Estadão, diversas frentes na Europa, divisão dentro do país., no Sudeste Asiático
Com o Ocidente, liderado pelos Estados Unidos, enfrentando diversos problemas nas mais variadas regiões, a China vai ampliando seus espaços no mundo, utilizando principalmente suas reservas.
Charge referindo-se à disputa entre os Estados Unidos e a China
Ainda que não seja uma Guerra Fria nem uma disputa declarada, todos sentem que do ponto de vista geopolítico existe um bloco ocidental liderado pelos Estados Unidos com dificuldades para concentrar suas atenções em poucos focos, enquanto a China vai ampliando suas influências em muitas áreas do mundo, utilizando basicamente suas disponibilidades de reservas externas.
Um artigo de Fareed Zakaria no Washington Post e publicado em português no Estadão coloca alguns dos pontos principais desta disputa geopolítica. Quando George W. Bush anunciou o aumento de seus esforços no Iraque, o repórter perguntou a um amigo chinês o que ele esperava com isto. Ele respondeu que esperava que os Estados Unidos permanecessem nesta orientação por mais dez anos, enquanto os chineses continuariam expandindo sua economia.
Agora a Grécia amplia as dificuldades europeias, existem problemas com o Estado Islâmico, com o Irã e outras questões como do Sudeste Asiático, enquanto a China vai ampliando vagarosamente sua influência em várias áreas do mundo. O ponto crucial, segundo o autor, é o aeroporto em final de construção pelos chineses no Arquipélago do Spratly, no Mar da China Meridional, que incomoda as Filipinas, Taiwan, Vietnã, Malásia e Brunei, entre outros. O fluxo comercial nestas áreas atinge a US$ 5 trilhões por ano.
Xi Jinping adota uma política externa aberta com o novo conceito da Rota da Seda, terrestre e marítima, usando entre outros o AIIB – Asian Infrastructure Investment Bank, que recebeu a adesão de mais de 50 países. Segundo o estudioso David Shambaugh, o programa abrange o montante de US$ 1,42 trilhões.
Políticos em Cingapura afirmam que a China procura se aproximar de cidadãos locais de origem chinesa, utilizando a dispersão de chineses por muitas partes do mundo. Enquanto os Estados Unidos se empenham agora no TPP – TransPacific Partnership, que ainda enfrentará problemas internos, divididos entre democratas e republicanos, basicamente.
Também os norte-americanos precisam se preocupar com o Oriente Médio, não contando com recursos para todas as frentes, necessitando da ajuda de seus aliados, mas alguns como a Austrália e outros do Sudeste Asiático parecem preocupados em preservar o volume de comércio da região com a China. Autoridades desta área entendem que os Estados Unidos precisam intensificar os entendimentos com os locais.
Isto não se restringe ao Sudeste Asiático, mas também com a Grécia, onde a China faz investimentos procurando estabelecer a ponta europeia da Rota da Seda. Também na África como na América Latina, projetos gigantescos visando assegurar os suprimentos indispensáveis para o desenvolvimento chinês continuam sendo privilegiados, com os acertados pelo primeiro-ministro chinês Li Keqiang.
Não se pode desprezar estes projetos, imaginando que são exagerados e de prazo muito longo, pois os chineses continuam ampliando suas influências em áreas onde ainda não estavam presentes.