Dificuldades no Mundo Financeiro Globalizado
7 de julho de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: as bolsas do mundo em queda, exageros das dificuldades de ajuste., os problemas que estão ocorrendo na China, propagação das dificuldades gregas
A demagogia do governo da Grécia está provocando violentos ajustamentos que se espalham pelo mundo, notadamente nos países que estavam com bolhas nas suas bolsas.
Um investidor chinês em desespero com as quedas que estão ocorrendo
O Financial Times é um dos jornais internacionais que vem acompanhando a exagerada bolha na Bolsa de Xangai, que está estourando com os problemas gregos. Só até meados da semana passada, já acusava uma queda de mais de 30% sobre o pico do mês passado.
Agora, ainda que as autoridades chinesas tenham tomado medidas drásticas, não parece que o fenômeno da queda seja controlável, mesmo numa economia de intervenção central acentuada. As autoridades chinesas injetaram muito recurso pelo mecanismo que ficou conhecido no mundo como easing monetary policy, além de retirar do mercado ações de mais de 760 empresas desde segunda-feira passada, representando cerca de 25% das ações listadas em Xangai e Shenzhen, segundo consta do artigo de Patrick McGee e David Pilling no Financial Times, utilizando informações do Securities Times da Shenzen Stock Exchange. Há um verdadeiro pânico na China.
O índice Shanghai Composite caiu 5,1% ontem e índice Shenzhen Composite 5,3%, sendo que este último já caiu 36,6% neste ano. Mas a bolha tinha inflado 122% até um mês atrás. São os pequenos investidores que acumulam maiores prejuízos.
Estes efeitos tem se propagado para o exterior, onde em Hong Kong e Nova York também estão com quedas nas cotações de ações de empresas chinesas. As estatais chinesas estão em alta, mostrando que há uma tendência de caminhar para as ações mais seguras.
É preciso entender que os investidores chineses estão entre os mais ousados e especulativos, e estão presentes em todos os mercados mundiais. Tudo indica que as consequências destes ajustes ainda devem perdurar, pois muitos prejuízos de empresas aplicadas na Grécia ainda terão que ser explicitados.