Exemplo do Futebol Feminino dos Estados Unidos
6 de julho de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: campeão mundial com quatro gols em quinze minutos., derrota para o Japão na versão passada, empenho na recuperação
Existem derrotas que são aproveitadas para a recuperação, o que aconteceu com o futebol feminino dos Estados Unidos, quando o futebol brasileiro não consegue este tipo de mudança.
Seleção feminina norte-americana de futebol campeã em 2015
A seleção feminina japonesa não tinha tradição, mas conseguiu derrotar a dos Estados Unidos nos pênaltis em 2011 e tornou-se a campeã do mundo. Neste ano de 2015, as norte-americanas vieram com a disposição de uma vitória marcante, o que conseguiram na final, quando aos quinze minutos de jogo já tinham quatro gols a zero, para vencer finalmente as mesmas japonesas por cinco a dois.
Isto foi produto da determinação do futebol feminino dos Estados Unidos, o que não se verifica na seleção brasileira masculina que entrou num processo de deterioração nas últimas décadas. Naquele país, o futebol feminino é praticado tradicionalmente nos colégios, contando-se com uma base para conseguir novas jogadoras, além de uma técnica disposta a contar com um padrão de jogo para ser campeã. Fisicamente melhores dotadas que as japonesas, tiraram partido do jogo aéreo, além da velocidade de suas jogadoras. As japonesas, que ficaram conhecidas como nadeshikos (nome de uma flor persistente), não tiveram chance alguma, apesar do seu empenho e emprego de um jogo do tipo masculino, que vem sendo praticado na Europa com intensas trocas de bola, valorizando o tempo que ficam com o seu controle. Mas chegaram a vice-campeãs, o que já é muito.
A lição a ser tirada deste episódio é que é preciso contar com um campeonato local para a intensa prática do futebol, o que não acontece com a seleção brasileira, prematuramente desclassificada. O preparo físico é importante e seleções de base são fundamentais para permitir o surgimento de novas jogadoras.
Isto é válido também para o futebol masculino, que também necessita de absorções das técnicas utilizadas nos países europeus de destaque. Tostão vem mostrando que, além da boa vontade e o talento dos jogadores, existem outras condições para o futebol brasileiro voltar a ser competitivo no mundo.