Hospitalidade Japonesa Reduziria a Produtividade
16 de julho de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: artigo publicado no site da Bloomberg parece estar cometendo um erro, correlação espúria entre a hospitalidade japonesa com a baixa produtividade de sua economia, dados comparativos das economias do G7.
Um artigo publicado por Maiko Takahashi no site da Bloomberg parece estar relacionando espuriamente a hospitalidade japonesa, definida pela expressão omotenashi, com a falta de produtividade da sua economia, quando comparada com a dos países do G7.
Hospitalidade japonesa denominada omotenashi é reconhecida no mundo
Se há uma característica do Japão que o diferencia de outros países é a hospitalidade dispensada a todos os clientes, tanto nos hotéis e restaurantes como nas lojas. Os clientes são considerados importantes e tudo é feito para agradá-los, tentando cativar para serem habituais e não somente para uma compra ou uso. Mesmo que os produtos vendidos sejam de um valor insignificante.
É evidente que o Japão conta hoje com uma redução de sua população, ao mesmo tempo em que ela envelhece rapidamente. Muitos recursos humanos teriam que ser admitidos pela migração, mas as dificuldades do idioma e outros costumes que fazem parte da sua cultura não facilitam esta mobilidade da mão de obra ao lado de outras exigências burocráticas.
Uma das soluções que está sendo adotada é o uso de automatizações, autosserviços e até a utilização de robôs para tarefas repetitivas. Percorrendo um supermercado ou uma loja observa-se que os processamentos das contas e dos pagamentos são bastante eficientes de forma que os clientes não fiquem sujeitos a perdas de tempo, como ocorre no Brasil. Sistemas de leituras ópticas são usuais e rápidas, o mesmo ocorrendo com o uso de cartões de crédito, cujos processamentos pela internet são rápidos.
É evidente que tudo isto tende a ser constantemente melhorados, mas os contatos pessoais são prezados naquele país. O uso das vendas pela internet parece relativamente menos intenso quando comparados com outros países, ainda que as entregas sejam eficientes no Japão.
O que pode ser observado é que os serviços bancários que não podem ser feitos nos terminais eletrônicos são relativamente obsoletos entre os japoneses quando comparados com os de outros países. Mas as pesquisas utilizadas no artigo são de valor adicionado em cifras comparadas com horas de trabalho em diversos setores, chegando às conclusões pelos dados da OCED que os do Japão são mais baixos. As autoridades japonesas e as entidades representativas das empresas estariam preocupadas com a reversão destes resultados.
Estes estudos mereceriam um aprofundamento maior, pois haveria possibilidade da necessidade de considerações dos resultados ao longo de um período, não se resumindo somente a uma operação, além de outras qualificações que não estariam sendo consideradas. Para mim, os resultados apresentados não são convincentes, dando a impressão de que há alguma imprecisão.