Políticos Responsáveis Precisam Ajudar a Pensar o Brasil
24 de julho de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: diretrizes que deixem de cuidar somente das picuinhas., esboços para entendimentos de alto nível, independentemente da situação ou oposição
Apesar de todas as dificuldades pelas quais passa o Brasil, inclusive as muitas suspeitas de corrupções e do papel relevante da oposição no regime democrático, existem pontos fundamentais que precisam de soluções com entendimentos de todos.
Praça dos Três Poderes, onde se localizam as cúpulas do Executivo, Legislativo e Judiciário, que devem funcionar de forma harmoniosa, segundo a Constituição brasileira
Mesmo havendo divergências, notadamente entre o Executivo e o Legislativo, existem assuntos fundamentais para o Brasil onde os três poderes necessitam atuar de forma harmoniosa, como previsto na Constituição de 1988. Parece que muitos confundem a situação e a oposição, envolvendo-se nas picuinhas dos interesses de pequenos grupos, sem que os grandes problemas nacionais sejam equacionados mediante um mínimo de entendimento de todos os que contam com a responsabilidade de dirigirem o país. O Judiciário deve arbitrar em última instância as divergências, mas isto pode exigir o tempo do qual não mais dispomos.
Num regime democrático, espera-se que os políticos saibam exercer as suas funções reconhecendo a existência assuntos que se sobrepõem às suas diferenças e são de interesse para o futuro do país, não havendo necessidade de se estabelecer um “pacto de governabilidade” nem que ninguém se sujeite aos demais. Os problemas necessitam ser considerados com as visões de estadistas que separem as divergências naturais dos interesses nacionais, mesmo que isto aparente ser o ideal. Há necessidade de um mínimo de pragmatismo.
Para o grande público parece que o Brasil está sendo imobilizado pelas divergências político-partidárias, atribuindo-se aos eventuais ocupantes dos demais poderes as responsabilidades pelas dificuldades. Diferenciar os interesses nacionais destas divergências parece ser o principal papel dos que ocupam, temporariamente, funções na cúpula dos três poderes.
Sempre existem também os políticos experientes e responsáveis, mesmo não ocupando posições de comando. Eles precisam estabelecer uma pauta mínima que seja superior às eventuais acusações sobre as causas das origens destas divergências naturais. Independentemente das opiniões, existem aspectos que afetam toda a nação e que necessitam de soluções razoáveis para problemas de longo prazo, independentes dos mandatos temporários e limitados de todos eles. Há necessidade, com o peso moral de suas carreiras, que sejam mobilizados para convencer a todos.
O mundo não passa por um dos momentos mais felizes e todos os países emergentes como o Brasil contam com muito mais problemas para serem resolvidos que recursos. Utilizar formas mais racionais os recursos disponíveis e sempre limitados parece ser a necessidade mais urgente e prioritária, sem que sejam imiscuídos com os interesses eleitorais.
Os seres humanos no setor público ou no privado sempre terão seus problemas, pois não são anjos. Os fiadores por muitos destes necessitam arcar com suas responsabilidades, sem que os programas de suas organizações para atendimento de toda a população brasileira sejam sacrificados. Um pouco menos de vaidade pessoal ajudaria na solução de muitos problemas.
Parece que já chegamos a um limite que está colocando em risco o país. Chegou a hora dos agraciados com um mínimo de inteligência serem capazes de convencer os demais da necessidade imperiosa de evitar-se mais sacrifícios do que o necessário. O entendimento é urgente e sem ele o custo para a sociedade brasileira será elevado. Precisamos acreditar que os responsáveis pelo país não são suicidas e terão a capacidade para um entendimento mínimo.