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Aperto na Regulamentação dos Bancos

6 de agosto de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: artigo no The Economist, aumento das penalizações nos Estados Unidos, discreto aperto na fiscalização dos bancos, necessidades globais.

clip_image002Um assunto que vem sendo apontado por este site é a necessidade de regulamentações mais rigorosas sobre as atividades dos bancos, assunto que foi abordado em um artigo publicado no The Economist.

Gráfico constante do artigo to The Economist sobre o aumento das penalizações principalmente nos Estados Unidos

Este site vem publicando grande número de artigos insistindo na necessidade de regulamentações mais rigorosas das atividades bancárias. A revista The Economist do próximo fim de semana informa sobre as iniciativas que estão sendo tomadas nos Estados Unidos, no Reino Unido e na zona do euro, onde as discretas penalizações dos bancos estão aumentando, tendo superado a US$ 80 bilhões em 2014.

O artigo menciona que John Mack, ex-chefe do Morgan Stanley, afirmou ao seu sucessor que o cliente mais importante é o governo, a quem se deve prestar atenção, mesmo aos que são descrentes de suas ações corretivas. Verificando-se a tabela acima, nota-se que algumas das irregularidades cometidas pelos bancos estão sofrendo crescentes penalizações.

Menciona-se que os novos astros do setor financeiro não são as grandes figuras do mercado financeiro, mas os reguladores como Daniel Tarullo, Andrew Barley e Daniele Nouy, que estão apertando as regulamentações nos principais mercados, moldando as novas formas de atuação das instituições financeiras. A crise financeira que se seguiu a 2008 obrigou o estabelecimento de novas regras, pois os contribuintes necessitam de proteção com os riscos dos bancos falirem o que vem sendo evitado com as assistências governamentais.

Os riscos podem aparecer em lugares inesperados, necessitando-se de regras mais claras e apertadas, mas aplicadas com flexibilidade. O setor financeiro pode atuar melhor em condições estáticas, melhor do que em situações dinâmicas, às vezes distorcidas.

Nos Estados Unidos, Daniel Tarullo do FED, que comanda a regulamentação financeira, e tem sob sua responsabilidade o chamado Large Institution Supervision Coordinating Committee, que organiza os testes dos grandes bancos norte-americanos sobre seus riscos. Eles possuem um modelo não revelado para calcularem os prejuízos que os bancos podem sofrer de choques hipotéticos. Todos são deixados no escuro sobre se os bancos podem devolver os recursos para os acionistas.

Eles aplicam normas mais duras para as instituições mais pesadas e interconectadas. Como no mercado financeiro existem diferentes organizações, os problemas podem ficar turvos. As agências reguladoras também são discretas nas formas com que lidam com as ilegalidades, e podem deixar manchados inocentes punidos.

Um dos casos citados pela revista é a manipulação da taxa de referência LIBOR em que alguns bancos foram punidos. A complexidade do mercado pode induzir a erros, e o que está sendo feito regularmente é a checagem de algumas instituições, para manter os banqueiros em xeque. Segundo a revista, o ideal seria haver uma maior transparência, com as regulamentações conhecidas, mas isto poderia induzir as mudanças de comportamento para superar as restrições.

São atividades de extrema dificuldade para se evitar distorções e que os riscos possam se propagar de formas sistêmicas. O que parece não ter se tratado ainda são os volumosos fluxos financeiros internacionais envolvendo câmbios entre moedas que já foram distorcidos e que ajudam a acrescentar dificuldades para diversas economias, notadamente as emergentes como o Brasil, e que proporcionam elevados resultados para as instituições financeiras.