Preocupantes Flutuações nas Bolsas e no Preço do Petróleo
21 de agosto de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: benefícios e dificuldades., bolsas de valores, preços do petróleo, verdadeiras guerras
A continuidade de sensíveis quedas nas bolsas de valores asiáticas afeta todo o mundo, que também apresenta tendência de queda. O petróleo, ainda importante combustível no mundo, continua com as caindo, ficando abaixo de US$ 40 o barril nos Estados Unidos.
Foto de um investidor chinês acompanhando a queda nas bolsas chinesas
As bolsas são difíceis de serem controladas em qualquer parte do mundo, e suas instabilidades são danosas para todos, mais do que eventuais quedas ocorridas como nesta sexta-feira, dia 21 de agosto de 2015. O índice chamado Shanghai Composite Index, que já vinha em queda acentuada neste mês, acusou nova baixa de 4,27% nesta data, afetando também a bolsa de Tóquio, chegando a Nova Iorque. No mundo globalizado, estas transmissões de efeitos são instantâneos.
A chamada Dow Jones Industrial Average declinou 3,1%, o que é muito num mercado desenvolvido influenciado não somente pela bolsa chinesa, mas também por causa da queda da cotação do barril de petróleo, que ficou abaixo de US$ 40.
Existem rumores que as autoridades da Arábia Saudita, ainda a maior fornecedora mundial de petróleo, deixarão o mercado chegar a US$ 20 o barril, para desestimular os outros produtores cujos custos estão acima desta marca. O fato concreto é que a oferta de petróleo continua crescendo mesmo que o seu estoque já esteja muito elevado.
O chamado custo marginal dos sauditas deve estar abaixo deste US$ 20, pois todas as despesas dos investimentos já efetuados estão amortizadas, e só necessitam cobrir os atuais dispêndios operacionais. Isto certamente eliminaria a produção norte-americana que vem do xisto, onde os prejuízos já atingiram mais de US$ 1 trilhão. Trata-se de uma guerra de gigantes, sendo que a produção do pré-sal brasileiro também ficaria negativo, mas como o preço dos seus derivados no mercado interno estão administrados, não se poderia beneficiar os consumidores com estas quedas. A Petrobras poderá ser beneficiada com o uso de petróleo mais barato, enquanto os seus derivados, como a gasolina, ficam com margens maiores.
Os consumidores em muitos lugares do mundo poderão ser beneficiados com estas quedas, mas os efeitos sobre a poluição do meio ambiente poderão ser desastrosos, pois fontes de energia limpa, como a solar e a eólica, seriam prejudicadas. Trata-se de uma situação pouco sustentável por um período muito longo, mas esta instabilidade vai provocando muitos problemas, num mundo que já enfrenta muitas dificuldades.
Como estes mercados dependem de milhões de operadores em diversas partes do mundo, não se pode esperar que a sensatez possa ser recuperada em curto prazo. A instabilidade continuará a ocorrer até se inclinar para pontos de equilíbrio razoáveis com o passar do tempo, sendo que as autoridades pouco podem fazer de algo razoável. Suas intervenções acabam aumentando as especulações, lamentavelmente.