The Economist Sobre as Comemorações do Fim da Guerra
14 de agosto de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: as próximas comemorações do fim da II Guerra na China, dificuldades internas que podem dar destaques para problemas externos., esperanças que os interesses econômicos prevaleçam sobre os problemas políticos
Tudo indica que a Europa conseguiu resolver os problemas gerados pela II Guerra Mundial melhor do que ainda vem ocorrendo na Ásia, onde as questões com os chineses e coreanos continuam alimentando tensões principalmente com relação ao Japão, que cometeu muitas atrocidades nem sempre admitidas satisfatoriamente.
Ilustração utilizada pelo The Economist para o seu artigo sobre as comemorações do fim da II Guerra Mundial em setembro próximo, que será publicado na edição do próximo fim de semana
Existem problemas como os que os nazistas cometeram com os judeus na Europa, mas menos graves que os quinze milhões de chineses que morreram com a invasão e ocupação japonesa de 1937 a 1945 que serão relembradas nas próximas comemorações em setembro sobre o fim da Segunda Guerra Mundial. Isto pode reativar as divergências existentes na Ásia. Segundo o The Economist, o presidente Xi Jinping vai comandar pela primeira vez desde que assumiu o poder máximo um suntuoso desfile militar com mísseis, tanques e tropas desfilando em passo de ganso. Mostrará o atual poder militar da China.
Além de relembrar os problemas do passado, parece que há uma intenção de marcar um posicionamento com relação ao futuro, quando a China deve se tornar a primeira potência econômica do mundo, superando os Estados Unidos. Também do ponto de vista geopolítico existe um confronto velado e as tensões geradas nos mares que servem a China acabam se manifestando com uma presença maior dos chineses, que incomodam alguns dos seus vizinhos, principalmente os aliados dos norte-americanos.
O fato reconhecido no artigo é que a China sozinha sustentou de 1937 até 1941 a guerra com o Japão, quando o ataque a Pearl Harbor trouxe os Estados Unidos para a Guerra no Pacífico. Não existe um paralelo da China atual com o Japão de então. Mas a revista vê motivos para a preocupação com as pretensões deste país que conta com a maior população no mundo.
Parece que Shinzo Abe com suas manifestações não ajuda a estimulando setores chineses a aumentarem suas preocupações, mesmo que os japoneses não sejam os mesmos que causaram problemas graves com os chineses como os coreanos. Ele poderia ser mais claro quanto ao arrependimento japonês sobre as atrocidades cometidas, mas continua resistindo a fazer declarações mais claras por ocasião dos 70 anos do término da guerra.
Mesmo assim, não seria conveniente que se promovesse uma radicalização diante de alguns problemas menores existentes na região. Esperar que os Estados Unidos continuem se mantendo solidário ao Japão, em qualquer circunstância, não parece ser realista, com a redução de sua importância mundial. Na Europa, conta-se com a União Europeia, quando não existe nada correspondente na Ásia.
Dificuldades na Ásia não ajudariam o Planeta, pois se comprovou nas últimas décadas o aumento de sua importância no mundo globalizado, que enfrenta muitos problemas de toda ordem.