Contribuição Brasileira Para os Problemas Climáticos Mundiais
28 de setembro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: abaixo do que estava sendo perseguida, mas criticadas, metas sensatas, período de baixa credibilidade do governo, possibilidade realística de contribuir para o convencimento de outros países.
O Brasil é relevante sobre os problemas climáticos no cenário internacional, podendo contribuir para o convencimento de outros países para as reuniões previstas neste ano. No entanto, a baixa credibilidade do governo brasileiro não ajuda no desempenho deste papel, recebendo críticas principalmente no Brasil sobre os compromissos anunciados, como se fossem modestos.
Foto da Folha de S.Paulo, com Dilma Rousseff anunciando no evento sobre a sustentabilidade na ONU
Para muitos especialistas em problemas climáticos, as metas anunciadas pela presidente Dilma Rousseff são inferiores às estabelecidas para 2012, mas são consideradas ousadas para 2025 com redução de até 37% e até 43% para 2030 das emissões de gases do efeito estufa, tendo o ano de 2005 como referência. No entanto, elas não contam com forte respaldo na realidade do esforço que vem sendo feito pelo governo recentemente, segundo alguns críticos, diante do descumprimento de muitos compromissos assumidos.
Todos os jornais brasileiros estampam notícias sobre este compromisso, como a Folha de S.Paulo, em matéria elaborada por Marcelo Ninio, enviado especial para Nova York, Thais Bilenky, de Nova York, e Marina Dias, enviada especial para Nova York.
Entre 2005 a 2012, segundo o artigo, as emissões caíram 41% e houve uma redução do desmatamento de 80%, e agora este ritmo tende a desacelerar. O governo compromete-se a reduzir o desmatamento ilegal para zero e recuperar 12 milhões de hectares de florestas e 15 milhões de hectares de pastagens degradadas, aumentando 5 milhões de áreas de integração da lavoura, pecuária e florestas. Mas muitos críticos afirmam que são metas a serem executadas por outros governos e não o atual.
Como uma referência para comparações, os Estados Unidos estão se comprometendo com 32% de redução das emissões até 2030 com base em 2005 e a China atingir o pico de emissão de CO² até 2030. Os dois países são considerados os maiores poluidores no mundo. A União Europeia estabeleceu a meta de 40% até 2030, ante a base de 1990, o Japão 25,4% até 2030, com base em 2005, e a Rússia 30% até 2030, com base em 1990. Todos visariam o aquecimento de 2º C neste século, e a lista acima é responsável por 66% das emissões.
O governo brasileiro persegue uma mudança na matriz energética até 2030, com fontes renováveis chegando a 23%, mas existem os que são a favor de se chegar a 30%. Há os que criticam o governo por estar repetindo o que se empenhava no passado, numa atitude que consideram preguiçoso, inclusive no aumento da eficiência energética em 10% do observado em 2010.
Muitos analistas, principalmente os estrangeiros, consideram estas metas brasileiras realísticas, preferindo as das que transmitem ideias de bravatas, dando a impressão que as críticas internas fazem parte das disputas políticas. Os instrumentos para a detecção de irregularidades estão se aperfeiçoando, havendo formas para a clara identificação dos responsáveis que devem ser fortemente punidos.