Wall Street Journal Comenta Imigração Estrangeira no Japão
3 de setembro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: a necessidade de recursos humanos estrangeiros no Japão, as diferenças do mercado japonês de recursos humanos., os problemas colocados
O artigo elaborado por Lisa Du, publicado no The Wall Street Journal e republicado em português no Valor Econômico, refere-se à necessidade de recursos humanos na economia japonesa, com a redução de sua população e aumento dos idosos. No entanto, há que se considerar além de estudantes estrangeiros e estagiários técnicos.
Gráfico do artigo no The Wall Street Journal, publicado em português no Valor Econômico
O artigo informa que muitos estudantes estrangeiros chegam ao Japão com a licença para trabalhar 30 horas semanais e outros como estagiários para aprender técnicas nas execuções dos trabalhos. Muitos analistas entendem que são formas disfarçadas para a imigração de trabalhadores estrangeiros. A grande dificuldade é que o mercado japonês de recursos humanos apresenta um elevado nível de terceirização, notadamente nos trabalhos considerados temporários.
Existem os que são de carreiras, onde a preferência continua sendo a de japoneses diplomados nas universidades japonesas, mas eles são insuficientes atualmente. Muitas empresas já não contam com estas carreiras e admitem recursos humanos femininos e famílias com idosos contam com ajuda de estrangeiros para cuidar deles. Muitas lojas mantêm flexibilidade de horários para seus empregados temporários, mas existem muitos trabalhos com horas extras, tanto nas indústrias como nas empresas de prestações de serviços.
Alguns analistas japoneses consideram que estas imigrações disfarçadas reduzem a capacidade de utilização de robôs e outras técnicas que melhorariam a eficiência da economia japonesa. O fato concreto é que trabalhos mais duros são voltados para descendentes de japoneses a quem são concedidos licenças para trabalhos temporários, os chamados dekasseguis.
Muitas famílias estão residindo no Japão por décadas, e seus filhos nas universidades japonesas estão aumentando, podendo trabalhar quase como os japoneses, mas sempre existem algumas discriminações, pelos seus hábitos diferenciados. Apesar da baixa miscigenação étnica dos japoneses, aos poucos eles também estão aumentando, mais lentamente do que seria desejável.
Ainda que as autoridades japonesas constatem estas dificuldades, os procedimentos burocráticos para a concessão de vistos de trabalho continuam sendo obstáculos com pequenas flexibilidades. O que está se intensificando é a presença de empresas japonesas que contam com necessidade de recursos humanos em volume em outros países como do Sudeste Asiático, que contam com os mesmos. Até chegarem a países distantes como o Brasil, o processo ainda será muito demorado.