A Classe Média Chinesa Superou a dos EUA
14 de outubro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: a classe média chinesa tornou-se maior do que a dos Estados Unidos, artigos publicados no Japan News, os preços dos alimentos estão crescendo pouco neste ano. | 3 Comentários »
Dois artigos publicados no The Japan News, a versão em inglês do The Yomiuri Shimbun, um com base nos dados de um despacho da AFP e outro da Reuters, informam sobre o que está acontecendo na economia chinesa.
Consumidora chinesa compra legumes no mercado na China, foto que ilustra um artigo publicado no The Japan News, fornecida pela Reuters
Um dos artigos informa que a classe média chinesa, segundo estimativa feita pelo Credit Suisse, superou a dos Estados Unidos, chegando a 109 milhões de membros, quando a dos norte-americanos está estimada em 92 milhões. A classe média na Ásia continua crescendo rapidamente e mesmo na China, com uma ligeira desaceleração do seu crescimento.
Os dados foram fornecidos por Tidjane Thiam, executivo chefe daquele banco, acompanhando o relatório anual do Global Wealth Report, ainda que o crescimento da riqueza tenha sofrido uma pequena desaceleração na sua melhoria. Como resultado, o padrão de consumo está se alterando na China, pois a classe média atua como agente de estabilidade e prosperidade.
O relatório afirma que o tamanho e a riqueza da classe média é um fator chave no desenvolvimento econômico e atua como coração dos movimentos políticos e mudanças nas tendências do consumo. O relatório usou o conceito que a classe média tem o dobro da riqueza com relação ao rendimento anual médio do país.
Ainda que a riqueza esteja mais concentrada na Europa e nos Estados Unidos, o crescimento dela nos países emergentes tem sido expressiva, tendo sido de cinco vezes na China desde o começo deste século. Os chineses são um quinto da população mundial e possuem cerca de 10 por cento da riqueza global.
O relatório revelou que a riqueza global caiu cerca de 5 por cento até meados de 2015 para cerca de US$ 250 trilhões diante do fortalecimento do dólar norte-americano em que a renda é comparada.
No outro artigo, com base nos dados da Reuters, informa-se que a inflação para os consumidores na China arrefeceu mais que o esperado, tendo sido de somente 1,6 por cento sobre o ano no mesmo mês de setembro, havendo possibilidade de caminhar-se para a deflação.
Os preços dos alimentos estão ajudando. Mas também os produtos industriais, com a demanda fraca e a capacidade ociosa existente, estão forçando quedas nos preços para as vendas. Esta situação perdura mesmo com a flexibilização da política monetária, o que está corroendo os resultados das empresas. Todos os dados, inclusive das importações, mostram um cenário de baixo crescimento da economia chinesa neste ano.
Algo que eu não entendi se é positivo o fato de a China ser um País que tem um quinto da população mundial e ter dez por cento da riqueza mundial.
Eu acredito que seja.
Cara Tania Gonçalves,
Isto indica que há uma possibilidade de melhoria na China, que vai ocorrendo com o tempo, para chegar em torno da média mundial.
Paulo Yokota
E qual seria o poder de compra de um e de outro?
Na China consomem produtos básicos, enquanto os EUA consomem produtos de alto valor agregado. Seria isso?
É pertinente fazermos essa comparação?