Divergências na Síria Entre Ocidentais e Russos
13 de outubro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: divergências da Rússia com os Ocidentais na Síria, quadro de crescentes dificuldades, riscos elevados.
Um artigo elaborado por Leandro Colon e publicado na Folha de S.Paulo dá notícias que os líderes da União Europeia pediram num comunicado aos russos encerrarem suas operações militares na Síria que procuram atingir os opositores ao ditador Bashar Al-Assad.
Efeitos dos bombardeios russos na Síria
Todos sabem que muitos países acabam aumentando suas atividades militares no exterior quando enfrentam dificuldades internas. No mundo atual, quando todos passam por dificuldades, os russos tiveram reduzidos suas receitas com as exportações de petróleo e gás, diante das quedas de preços. Pode ser um dos motivos pelo qual Vladimir Putin empenha-se em preservar a sua influência na Síria, bombardeando adversários do ditador Bashar al-Assad, alegando ataque ao Estado Islâmico, com uma estratégia totalmente diferente dos Estados Unidos, que fornecem armamentos para os adversários do ditador.
Os ataques que eram efetuados do Mediterrâneo passaram a contar com mísseis lançados do Mar Cáspio, que apresentam menor precisão diante das distâncias. O usual é que, para ativar a economia, armamentos antigos sejam utilizados para serem substituídos por novos, o que estimula a economia, lamentavelmente.
Estas divergências se ampliaram envolvendo a União Europeia, aliada dos Estados Unidos, que também não têm condições de envio de tropas para a Siria, pois os norte-americanos estão procurando reduzir suas presenças no exterior, inclusive por questões orçamentárias. O risco é que erros eventuais possam provocar uma escalada, resultando em conflitos mais sérios entre os dois blocos, com amplas consequências mundiais.
O mundo já conta com muitos problemas e precisa evitar um aumento das tensões internacionais. Todos se preocupam com as irracionalidades do Estado Islâmico, que atrai jovens radicais de muitos países, mas não se está encontrando mecanismos eficientes para a redução destes problemas.
Os russos parecem mais determinados a ações expressivas, até pelas faltas de alternativas. Os ocidentais mostram-se pouco focados em ações eficientes nestas regiões complexas que envolvem diferentes conflitos de facções que possuem suas diferenças históricas e étnicas.
Parece que a situação exige um grande esforço de análise e tentativa de se chegar a um mínimo de posições comuns, pois os recursos disponíveis são limitados e não podem ser pulverizados em ações variadas. Na realidade, o nível das formulações das estratégias geopolíticas parece estar baixando de padrão, no momento em que os problemas vão ganhando dimensões. Sem uma reflexão adequada e maciços esforços diplomáticos e militares, corre-se o risco de generalizar situações próximas dos caos.