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Leucemia Encontrada num Trabalhador de Fukushima

20 de outubro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: 7 mSv, admitido pelo governo japonês, artigo no site da Bloomberg, limite seguro é 5 mSv por ano., recebeu 15 | 2 Comentários »

clip_image002Lamentavelmente, foi constatada leucemia em um operário que se sujeitou a 15,7 mSv em Fukushima, devido à radiação recebida. Ainda existe um debate sobre o assunto, mas 13 trabalhadores já receberam indenização pela exposição às radiações.

Foto que ilustra matéria publicada no site da Bloomberg, mostrando operário que sofreu radiação na planta nuclear de Fukushima Daí-ichi

Existe ainda um debate sobre o quanto o ser humano pode suportar de radiação. Está se estabelecendo que 5 mSv é a medida que pode ser suportada por uma pessoa no prazo de um ano. A exposição, segundo a American Cancer Society, seria a que desenvolve o risco de leucemia mieloide aguda, e ela se apresentaria, muitas vezes, seis a oito anos após a contaminação, com base nos dados das radiações provocadas pelas bombas atômicas.

Também o professor Toshihide Tsuda, da Universidade de Okayama, reporta o aumento de câncer da tiroide entre as crianças e adolescentes da Prefeitura de Fukushima. Como muitos trabalhadores ainda estão atuando nas limpezas da região, cuidados vêm sendo proporcionados para os mesmos, mesmo que as exposições sejam bem mais baixas.

Existem ainda muitas preocupações com os depósitos de terras que sofreram radiações e continuam sendo mantidos em algumas áreas.

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As preocupações se concentram nos aumentos do câncer da tiroide entre crianças e adolescentes

Também deve se considerar a existência de muitos preconceitos que estão prejudicando a região, tanto sobre os seus produtos que não são consumidos como as resistências para a volta da população à região.

As ações das empresas envolvidas, como a Tepco, sofrem baixas com estas notícias, além das fortes quedas já registrada no passado.


2 Comentários para “Leucemia Encontrada num Trabalhador de Fukushima”

  1. Hugo Penteado
    1  escreveu às 14:15 em 21 de outubro de 2015:

    Aviso aos iluminados que falam besteiras do tipo “agora vejo energia nuclear com outros olhos” que tanto Fukushima quanto Tchernobyl estão recrutando pessoas para trabalhos. No caso do Tchernobyl terão que reconstruir o sarcófago onde ainda há combustível em fusão (hmmmm….) e o descomissionamento de Fukushima ou de qualquer usina nuclear, que emite bastante CO2, precisam de ajuda. Existem nada mais nada menos do que 132 piscinas olímpicas em Fukushima com material excessivamente radioativo que precisa ser de alguma forma resolvido (mandar para Marte, afinal lá já não existe mais vida complexa alguma é uma das opções para não adicionar mais risco aos animais complexos daqui).
    A boa notícia é que George Monbiot já está de malas prontas, pretende passar seis meses em Fukushima e seis meses em Tchernobyl dando apoio psicológico aos trabalhadores enquanto lê o livro da Svetlana Alexievich, vencedora do Nobel de Literatura 2015 com seus livros documentários sobre as mentiras do governo soviético em relação às vítimas de Tchernobyl, mentiras que ele erradamente se baseou para concluir que a energia nuclear é totalmente segura. Nada como uma redenção dessas! Bravo!

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 09:16 em 22 de outubro de 2015:

    Caro Hugo Penteado,

    Ainda que a energia solar e a eólica estejam aumentando de importância, ainda existem países que não contam com alternativas necessitando contar com a nuclear. Fukushima aconteceu porque seu projeto norte-americano era obsoleto e nas novas usinas, que também ainda apresentam riscos, eles foram muito reduzidos. Não sou, evidentemente, tão radical sobre estes assuntos como V.

    Paulo Yokota