Mudanças na Política Demográfica na China
30 de outubro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: a realidade chinesa, da política de um filho por casal para dois, diferenças nos meios urbanos e rurais.
A maioria dos meios de comunicação social do mundo está noticiando sobre a mudança que estaria ocorrendo na política demográfica na China, passando de um filho por casal para dois.
Antes, o casal só podia ter um filho
A mudança da política demográfica chinesa, passando a admitir oficialmente de um filho por casal para dois, pode ter um efeito limitado para os que conhecem a realidade daquele país. Ela era mais efetiva nos centros urbanos onde havia uma inspetora do quarteirão encarregada de acompanhar a evolução das famílias. Mas no meio rural chinês, que ainda representa cerca de metade da população daquele país, este controle era pouco eficiente, mesmo provocando algumas limitações dramáticas como os assassinados das filhas, pois muitos chineses ainda querem um herdeiro homem.
No meio rural, observava-se gêmeos e trigêmeos de evidentes idades naturais diferentes, que era uma forma de burlar a política oficial. De outro lado, com a mesma tendência observada em muitos países do mundo, os casais estão passando a ter menos filhos, talvez um por casal, diante dos elevados custos das criações dos mesmos, inclusive na educação aprimorada. No Japão, aumentam as mulheres que sequer se casam, além do aumento de casos de homossexuais. Por mais que o governo estimule o aumento de filhos, a população japonesa está num acentuado e preocupante declínio.
Nas fábricas chineses, notava-se a existência exagerada de gêmeos e trigêmeos decorrentes da evidente burla da política oficial enquanto ela perdurou, inclusive nas dos brasileiros que mantinham estes estabelecimentos naquele país.
As políticas demográficas oficiais possuem um alcance limitado e em alguns países, como Cingapura, não havia uma norma rígida, onde o primeiro filho recebia do Estado todo o apoio até a educação pós-graduado no exterior, enquanto o segundo filho tinha que ser custeado pela família.
Mesmo no Brasil, prevê-se dentro de algumas décadas que a população vai começar a se reduzir, mesmo admitindo uma migração do exterior.